terça-feira, 30 de novembro de 2010

Nova grande canção dos Iron & Wine já pode ser ouvida

"Walking Far From Home" é o nome da canção e óptimo avanço para Kiss Each Other, o novo disco dos Iron & Wine com edição marcada para 25 de Janeiro. A canção pode ser ouvida no Myspace da banda - e é altamente recomendável que o façam.

Wolf Parade fazem intervalo

Não acreditem naqueles que vos dizem que os Wolf Parade se vão separar - dito/escrito assim, até parece que é para sempre. Spencer Krug referiu num concerto em Toronto, algo como: "Este é o nosso último concerto em muito tempo" - frase identica à que fez Eddie Vedder no último Alive e que correu o mundo. Segundo a Pitchfork, Dan Boeckner disse ao site de fãs que a banda vai entrar num hiato indefinido.

Canções do Ano - Parte 8

Todos os dias, até Janeiro, a Unidade vai publicar três daquelas que considera serem as melhores canções do ano. Hoje: Janelle Monáe, Arcade Fire e uma colaboração.


Janelle Monáe - Cold War


Arcade Fire - Half Light II


Kid Cudi, Best Coast and Rostam Batmanglij - All Summer

Bradford Cox: O bom rebelde

Ao longo da última semana, Atlas Sound, ou seja, Bradford Cox, ofereceu quatro colecções de demos na Internet. A Sony parece não ter admirado a gentileza e retirou três das quatro ditas do site. Relembre-se que o projecto Atlas Sound não tem qualquer tipo de relação com a Sony Music, pelo que Cox copiou o e-mail da editora directamente para o seu site: “A razão da remoção das demos foi a reprodução não autorizada e distribuição de canções com direitos de autor, exclusivamente distribuídas pela Sony Music”. Ao que parece, tudo isto se deve a uma cover de Bob Dylan, “This Weel’s on fire”. De qualquer forma, o músico não parece ter perdido o humor e atirou: “Aparentemente, a Sony detém o meu próprio quarto”. E conclui: “Vou colocar novos links nos posts”. As demos podem ser "sacadas" aqui. É de borla e é legal - embora a Sony não seja da mesma opinião.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

[Crítica] B Fachada - Há Festa na Moradia / Linda Martini - Casa Ocupada

Estamos na recta final de 2010. O nosso Verão não teria sido o mesmo sem B Fachada. O nosso Inverno seria bem menos agradável sem os Linda Martini. Mais do que duas promessas, duas certezas.

B Fachada - Há Festa na Moradia


"Durante a gravação (...) procurou-se recuperar o som, também mais cru e violento de certos discos africanos que nos passavam pelas mãos. (...) O título evoca o Alfredo Marceneiro de "Há Festa na Mouraria". O bombo traz à memória os discos de Bonga. Ladra, morde e pode ser sacado”


A citação é retirada do site da Mbari e serve para nos ajudar a perceber Há Festa na Moradia, o ep de Verão de B Fachada. É um disco diferente do último, a homónima obra-prima, Aliás, Bernardo já nos habituou a uma regular troca de registo, de disco para disco - irrefutável prova de coragem. Cortou a barba – coisa de relevo -, mas voltou a ir às raízes tradicionais, ainda que com as ideias postas no presente que sempre iluminaram a cabeça do cantautor. A qualidade de som, essa também desce, relativamente ao antecessor - algo, hoje em dia, cada vez mais comum. Aponta, mais do que qualquer outro, para a interpretação lírica, sendo um registo bem disposto e colorido - não fosse este um disco de Verão.


Artista camaleão - o David Bowie dos pobres? -, este é mais um triunfo na ainda curta mas recheada carreira de B Fachada. Nova edição em meados de Dezembro - é de homem!


Linda Martini - Casa Ocupada



Casa Ocupada sucede a Marsupial, o prometedor ep que se seguiu à maravilhosa estreia, esse colosso chamado Olhos do Mongol.


O grande argumento que os Linda Martini apresentam, para lá a inegável capacidade técnica, está na forma como sacam frases capazes de nos pôr a gritar num amanhã ainda longinquo. Vamos-nos lembrar de frases como “A mulher-a-dias faz dias que não vem / Perdeu a conta às horas e meses que um dia tem”, de “Mulher a Dias”, ou “Se me vier, quero-te chegar”, em “Nós os Outros”, ou ainda “Parecemos putos, não temos aulas amanhã!” de “Juventude Sónica”, ou, por fim, “Foder é perto de te amar”, quando rejeitam as rádios em “Cem Metros Sereia”.


Os Linda Martini são o grito de uma geração. E quem bem que gritam... A cada canção reverênciam os Sonic Youth e vagueiam pelo pós-rock e pelo rock progressivo. E sempre, sempre com distinção. Produzido pela própria banda, Casa Ocupada já era um dos melhores discos nacionais do ano antes mesmo de o ser. É-lo.


Há Festa na Moradia - 8/10

Casa Ocupada - 8/10



System of a Down regressam em 2011

São 10 e não mais que 10 as datas marcadas até ao momento. Portugal, infelizmente, não está contemplado - pelo menos para já. As datas contemplam festivais como o Rock Am Ring e o Download, para além de algumas datas em arenas - coisa de concerto privado. Por cá, como é costume, continuamos à espera.

Canções do Ano - Parte 7

Todos os dias, até Janeiro, a Unidade vai publicar três daquelas que considera serem as melhores canções do ano.


Vampire Weekend - Holiday


The National - Conversation 16


Janelle Monáe - Locked Inside

domingo, 28 de novembro de 2010

Canções do Ano - Parte 6

Todos os dias, até Janeiro, a Unidade vai publicar três daquelas que considera serem as melhores canções do ano.


Broken Bells - Your Head is on Fire


Beach House - Walk in the Park


Beach House - 10 Mile Stereo

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Canções do Ano - Parte 5

Todos os dias, até Janeiro, a Unidade vai publicar três daquelas que considera serem as melhores canções do ano. Hoje há Broken Bells e nova dose dupla: MGMT.

MGMT - It's Working


MGMT - I Found a Whitle


Broken Bells - The High Road

[Escuta] Soundcheck 01

É oficial: A Unidade de Cuidados Intensivos tem, a partir de hoje, um podcast semanal. A ideia é dedicar entre 20 a 30 minutos de cada semana ao destaque de concertos - os melhores da semana. Esta semana é um espescial dedicado ao Super Bock em Stock - Wavves, Linda Martini, Janelle Monáe e B Fachada em destaque. Perdoem-se alguns erros nos níveis da voz e um ou outro erro de dicção - é o primeiro. Estes 21 minutos e 1 segundo também passam na Rádio Autónoma - pode ser ouvida aqui -às 15h e às 21h.

Soundcheck 01 by Pedro Arnaut

B Fachada continua a cumprir o que prometeu: Dois discos por ano

Atrasem essas listas de melhores do ano: B Fachada regressa ainda antes de 31 de Dezembro - 21 dias antes para sermos mais precisos. B Fachada é pra meninos é o bem bonito título do disco que é editado já no próximo dia 10 de Dezembro. Minta e Lula Pena participam no primeiro disco de Bernardo com banda. Alguns títulos de canções: "Tó-Zé", "Mochila do Carteiro" e "Conselhos de Avô". A Blitz tem duas canção dísponiveis para audição no seu site. Promete.

Canções do Ano - Parte 4

Todos os dias, até Janeiro, a Unidade vai publicar três daquelas que considera serem as melhores canções do ano. Hoje há Massive Attack e dose dupla de Adam Green.

Adam Green - Boss Inside


Adam Green - Breaking Locks


Massive Attack - Pray For Rain (Tim Goldworthy Remix)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Canções do Ano - Parte 3

Todos os dias, até Janeiro, a Unidade vai publicar três daquelas que considera serem as melhores canções do ano.


Gil Scott-Heron - Me And The Devil


Gorillaz - Stylo


The National - Bloodbuzz Ohio

Rapidinhas:

Klaxons – Surfing the Void: Os Klaxons, fundadores de uma coisa imaginária a que muitos deram o nome de nu-rave – já eras! - acharam que a Polydor tinha razão – a primeira face deste disco, a que daqui a uns anos devemos ter acesso via edição de raridades e afins, era “demasiado experimental”. A editora, dizemos nós, achou muito bem. Os Klaxons, concluímos nós, acharam muito mal. Surfing the Void é um dos piores discos do ano. Tomorrow Morning, dos Eels, ao lado deste disco é obra-prima. Não há uma canção, não há um gancho que nos prenda a atenção. Canções açucaradas, todas iguais a si mesmas, um álbum sem fim. Foi produzido por Ross Robinson, considerado por muitos o padrinho do nu-metal, o que já explica meia dúzia de coisas.


2/10


Mavis Staples – You’re Not Alone (Na Foto): Mavis Staples é uma lenda viva. Tem 71 anos de idade e já colaborou com génios absolutos como Bob Dylan ou Prince. Em 2010 já não tem nada a provar e muitos andarão a perguntar-se: O que anda a senhora Staples a fazer com Jeff Tweedy, o gajo dos Wilco? Esclareça-se desde já: Sim, foi Tweedy que foi atrás do seu ídolo de infância, mas também foi Tweedy que preparou grande parte desta empreitada – produção, guitarra, etc. De Staples podemos apontar que a experiência que as sete (!) décadas de existência lhe garantem, permitem que a sua voz consiga, com esta avançada idade, ainda atingir um nível vocal ao alcance de poucas. Blues, soul e muito gospel num disco sem falhas.


7/10



quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Canções do Ano - Parte 2

Todos os dias, até Janeiro, a Unidade vai publicar três daquelas que considera serem as melhores canções do ano.

The Magnetic Fields - Seduced and Abandoned


Eels - A Line in the Dirt


Yeasayer - I Remember

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Canções do Ano

Todos os dias a Unidade vai publicar três daquelas que considera serem as canções do ano. Isto até Janeiro é um fartote.


Vampire Weekend - White Sky


Sleigh Bells - Crown on the Ground


Spoon - The Mystery Zone

Sufjan Stevens: Santa Maluqueira II

Sufjan Stevens volta a fazer das suas - desta vez num vídeo dirigido por Deborah Johnson. Remendos, máscaras e cores, muitas cores. "Too Much" volta a ser a canção escolhida.


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

[Crítica] Twin Shadow - Forget

Numa altura em que os Gayngs existem, neste tempo em que os Gayngs repescam clássicos mais ou menos pirosos, "one hit wonders" avulsos e fazem-se de pomposos romãnticos, recebemos Twin Shadow alterego de George Lewis Jr., personagem que mais parece saída de um filme de Bollywood.

A música de Shadow surge, como em tantos outros casos, fruto de um amor frustrado. O músico refugiou-se em Brooklyn e gravou algumas demos que enviou para a Terrible Records, a editora de Chris Taylor, ele dos tão recomendáveis Grizzly Bear. É a primeira edição da novíssima editora de Taylor – e sai-se logo com um grande disco, um dos melhores de 2010.

A estreia de Twin Shadow atira-se a sons do passado, um passado em que conseguimos filtrar influências como os Queen e David Bowie. Mencionamos os Gayngs no início deste texto, mas Forget não contém nenhuma canção mais imeditada e não condena Shadow ao estatudo de mais um "one hit wonder". Longe disso. Forget é, isso sim, um disco fabuloso, um disco pop em que electrónicas dançáveis se encontram com algumas guitarras clássicas numa das melhores colecções de canções do ano.

8/10

domingo, 21 de novembro de 2010

Sufjan Stevens no Late Night: Santa maluqueira

Sufjan Stevens apresentou "Too Much" do novo Age of Adz no Late Night With Jimmy Fallon. O visual? Algo entre o mitra de carcavelos e uma qualquer personagem do universo espacial. O resultado? Uma maluqueira digna do melhor psicadelismo das décadas de 60 e 70. Sopros, cordas, coros e Sufjan Stevens - tudo ao molhe.

sábado, 20 de novembro de 2010

Ariel Pink com novo vídeo dirigido por Wayne Coyne (Flaming Lips)

Wayne Coyne aka líder dos Flaming Lips aka o gajo mais indie do mundo neste momento dirigiu o novo vídeo de Ariel Pink, um dos heróis musicais de 2010. "Round and Round" é a canção - um dos grandes momentos pop do ano, de resto - e o vídeo é tão lo-fi quanto Pink consegue ser.

The Decemberists no novo "Conan"

Os Decemberists têm um fabuloso novo single, o de apresentação de King is Dead, chamado "Down By the Water". Apresentaram-no no novo programa de Conan O'Brien. O novo disco salta cá para fora no dia 18 de Janeiro de 2011 e a coisa promete.

Os Arcade Fire não conseguem parar: Novo vídeo para "The Suburbs"

Três notícias com o selo Arcade Fire em uma semana? Pois, a banda de Montreal continua a esticar a corda e nós cá deliciamos-nos. Deste vez uniram forças a Spike Jonze para dar imagem à canção título, uma das melhores de The Suburbs.










quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Bruce Springsteen e Fallon "Young" em dueto inédito

Foi a noite de Bruce Springsteen no Late Night With Jimmy Fallon, mas também foi a noite em que Fallon interpretou, em dueto com Springsteen, uma cover de "Whip My Air", o original de Willow Smith. Desafio: contar o número de notas falhadas de Fallon, que imita descaradamente Neil Young, em toda a canção. O "Boss" ofereceu ainda a voz e a guitarra a "Because the Night" e "Save My Love".



[Reportagem] The Pains of Being Pure at Heart - 16 de Novembro - Lux

Parecia que o mundo estava contra a estreia dos The Pains of Being Pure at Heart (TPOBPAH) em Portugal, no que a concertos em nome próprio diz respeito. Um atraso de três horas, a perda de Peggy Wang, a teclista que, felizmente, chegou a meio do concerto e um sound-check feito em cima do joelho. Há muito que não tínhamos um concerto tão cheio de atritos. Agora faz lá melhor Axl Rose!

Tudo os problemas que levaram os TPOBPAH a subir ao palco para lá da uma da manhã transformaram o espectáculo num momento único e irrepetível. Foi a coisa mais rock n’ roll que vimos em muito, muito tempo – talvez desde o dia em que os Rose Hill Drive deram aquele concerto magnifico no Santiago Alquimista?

Que não haja espaço para dúvidas, o álbum de estreia dos TPOBPAH foi uma das coisas mais belas que 2009 nos ofereceu e, embora o ep que se seguiu, Higher Than the Stars desça um pouco a fasquia, a banda de “Everything With You” continua a ser um dos projectos que mais importa experimentar ao vivo, em 2010 – mesmo que em Paredes de Coura tenha sido uma desilusão.

Pois bem, sem teclista, Kip Berman, depois do apressado teste de som, atira algo como “Tivemos problemas, perdemos uma teclista, mas não queremos saber, estamos aqui para tocar rock n’ roll!”. E há mais rock n’ roll que isto? Disparam canções como “103”, "This Love is Fucking Right!" e “Everything With You” e “Twins”, mas é com “Come Saturday” que nos fazem acreditar que há personalidade para lá das influências mais que óbvias dos My Bloody Valentine e menos óbvias dos Jesus & Mary Chain e Smiths.

A meio de “Everything With You” vemos uma silhueta entrar em palco. Sim, é Peggy Wang, a desaparecida teclista de quem Berman confessou já estar a sentir saudades. Sem ela, os TPOBPAH são mais sujos e menos oníricos – embora a voz de Berman seja bem açucarada. Ouvimos as quase perfeitas “Young Adult Fiction” e “A Teenager in Love”, mas é no encore que somos definitivamente conquistados – a fantástica interpretação de “Contender”, com Berman sozinho, apenas com a guitarra em palco, e com a maravilhosa “Stay Alive”, momento alto da noite (madrugada?). A voz dos TPOBPAH despede-se dizendo que a banda tocou “against all odds”. Concordamos. Foi único.

Nota: A foto não pertence ao concerto em questão.

Arcade Fire: Desta vez no Jools Holland

Desta vez apresentaram "Ready to Start" e "Month of May". Esta última, podemos assegurar, é mesmo a melhor actuação desde 2007, quando apresentaram "Intervention" no Saturday Night Live. Estão de volta os Arcade Fire da loucura, do caos e do tudo a acontecer ao mesmo tempo.




terça-feira, 16 de novembro de 2010

Novos vídeos de Male Bonding, Lykke Li e Spoon

Três e não menos que três é o número de vídeos que a Unidade apresenta hoje, dia em que os The Pains of Being Pure at Heart sobem, mais logo, ao palco do Lux. Resumidamente: "Get Some" de Lykke Li é uma viagem psicadélica fascinante, "Nobody Gets me But You"dos Spoon é gravado numa qualquer sala de ensaios ou coisa parecida e, por fim, "All Thing This Way" são os Male Bonding em velocidade de cruzeiro num minuto e quarenta e um que é de loucos.



segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Arcade Fire voltaram ao Saturday Night Live

Desta vez não foi memorável, mas foi, ainda assim, muito bom. Win Butler, cada vez com mais carisma, desta vez não arrancou corda a nenhuma guitarra, mas manteve-se, como de costume, incansável. E ainda choramos o cancelamento do concerto no Pavilhão Atlântico. Precisamos deles, o mais depressa possível.


[Reportagem] - Interpol - 12 de Novembro - Campo Pequeno

Reportagem publicada originalmente na Rua de Baixo.


Ainda Nova-Iorque não fervilhava a criatividade que rende uma infinidade de álbuns do ano a cada 365 novos dias, quando os Interpol lançaram Turn on the Bright Lights - disco enorme que colocou a banda de Paul Banks no mapa das grandes promessas do século XXI.

Nos Interpol tudo é claro desde o início. A aura é sombria e os fatos – sim, fatos – são de um negro que condiz com a música que oferecem. As canções crescem chegando, por vezes, ao épico. Isto é assim desde o início, desde que se lançaram pela Matador. A história dos Interpol distingue-se dela mesma em pormenores. Com Antics, a relação com a crítica manteve-se, mas com Our Love do Admire, já de 2007, o divórcio era inevitável – os Interpol assinaram por uma major e estavam maiores, maiores que tudo, maiores que a vida e a tendência era crescerem ainda mais. Mas o que Paul Banks e companhia anunciam de seguida é um regresso às origens, com Interpol, o homónimo novo álbum, homónimo como se fosse o primeiro. Ah! E voltaram para a Matador, a editora dos dois primeiros discos.

Os Interpol ao vivo são pouco mais que estáticos – o guitarrista Daniel Kessler mexe-se de forma idiossincrática, mas temos pouco mais que isso. As canções discorrem sem grandes pausas. Mas os Interpol são isto há quase uma década – quem vai, sabe ao que vai. Ainda assim, a banda vai tentando dar um “mais qualquer coisa” aos fãs. Desde o espectáculo de luzes – pobre, ainda assim – aos painéis por trás do palco. A música, essa, é sempre boa. Guitarras épicas, lá no alto, e que chegam a chorar – sim, juramos que as guitarras dos Interpol choram. E é bonito. A secção rítmica ora é encorpada, ora é nervosa.

No encore – coisa mais anti-climax até hoje inventada -, claro, não trazem nada de novo. Ao vivo, os fãs adoram, os não-fãs certamente não saem convertidos. Mas neste campeonato de vénias aos Joy Division são claramente os melhores. Na verdade, antes uns Interpol a 50 por cento do que uns Editors a todo o gás.

Na primeira parte, os Surfer Blood depararam-se com uma plateia atípica, à imagem de grande parte das primeiras partes, o que surpreende vindo de um público que é bastante adepto de festivais. As guitarras também cantam alto, mas a banda canta um pouco mais baixo. Não são maus, mas ainda não são assim tão bons. Mas há potencial e têm todo o tempo do mundo para crescer.

Fotografia de José Eduardo Real

domingo, 14 de novembro de 2010

Rapidinhas:

Deftones - Diamond Eyes (Na foto): Naquilo a que se convencionou chamar nu metal, os Deftones sempre foram, a par dos System of a Down, os melhores. Com Diamond Eyes, o sucessor do mal-amado Saturday Night Wrist, a banda de Sacramento volta a carregar no acelerador e fabrica aquele que será, provavelmente, o seu melhor disco. Inspirado pelo azar de Chi Cheng e pelo acidente de carro que o deixou em coma, o sexto álbum dos Deftones varia entre o agressivo, o muito agressivo e o emocional numa prova de vitalidade em toda a linha.

8/10

Wolf Parade - Expo 86: O terceiro álbum dos Wolf Parade não tem apenas uma das capas do ano. Não, o terceiro álbum do quarteto de Montreal junta o melhor dos Kaiser Chiefs – refrães ao alto -, Futureheads – o nervo - e The Bravery – a electrónica, sem azeite - para criar um disco entusiasmante, com muitos “Oh Oh Oh’s” – olá Ricky Wilson! -, títulos de canções enormes e uma das canções do ano: “Cloud Shadow on the Mountain”.

7/10



Tarantino e Xadrês no novo vídeo (não oficial) dos Sleigh Bells

Os Sleigh Bells, já sabemos, são uma das grandes descobertas do ano. Threats, para além de candidato óbvio a melhor de 2010, conta já com dois grandes vídeos - o de "Infinity Guitars" e o novo (não oficial), o de "Riot Rhythm". Referências mais que óbvias a Tarantino - sem soar forçado, como Gaga - e com muito Xadrês e nonsense à mistura.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

[Reportagem] These New Puritains - 11 de Novembro - Musicbox

Sala cheia mais uma vez neste Musicbox onde não cabem mais que duas centenas e meia de pessoas. Quando entramos no recinto ainda ouvimos uma das bandas finalistas do Levis Unfamous. Está um bando de miúdos que não se parece safar mal em palco, mas que tem um vocalista inenarrável, o que, como sabemos, nestas coisas do rock não quer dizer grande coisa – Que o diga Ian Brown.

Os These New Puritains entram em palco pela primeira vez. Logo aos primeiros segundos experimentamos logo algumas das premissas de Hidden, o segundo álbum da banda britânica – percurssão violenta, vozes sussurradas e explosões momentâneas que são logo refreadas. Hidden é completamente diferente da estreia Beat Pyramid, é um suicidio commercial e é tão bom quanto isso. Ao fim de cerca de dois/três minutos, o quadro da electricidade dispara e obriga a banda a uma segunda entrada, desta vez bem sucedida.

À medida que o concerto discorre, o público parece perder o interesse e Jack Barnett, o vocalista e guitarrista do quarteto, parece estar a fazer-nos um favor. A actuação soa forçada, pouco entusiasmada e apenas profissional. O público só se entusiasma verdadeiramente com “Elvis”, o single de maior êxito extraído do primeiro disco. É uma pena. Se a coisa tivesse sido bem feita, os These New Puritains até poderiam ter saído de Lisboa sob braços. Assim serão facilmente esquecidos.

Nota: A foto não pertence ao concerto em questão.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Jack White novamente com Conan O'Brian (desta vez com qualidade)

Finalmente um vídeo com qualidade de Conan O' Brian e Jack White em alegre cantoria. Tudo aconteceu na estreia de "Conan", o novo show do mestre O'Brian. Juntos interpretaram um tema de Eddie Cochran, "Twenty Flight Rock". Eis o resultado:

terça-feira, 9 de novembro de 2010

[Reportagem] Black Rebel Motorcycle Club - 8 de Novembro - Aula Magna


Primeiro que tudo a sala. A Aula Magna não é para estas incursões rock, em que o suor é mais importante que a compostura. Falta em Lisboa uma sala capaz de receber bandas como os Broken Social Scene e os Black Rebel Motorcycle Club sem que fique a sensação de apelo não correspondido, sem que fique aquela embaraçosa sensação de sala vazia.

Na primeira parte, os Mudering Tripping Blues (MTB) apresentaram-se como um power-trio cheio de blues-rock para oferecer a uma plateia que, supõe-se, é “tu cá tu lá” com a cena de Coimbra da década de 90. Os MTB não se afasta muito dessa sonoridade e os resultados também são quase sempre os mesmos: muito suor e muita borracha queimada.

Também como power-trio se mostraram os Black Rebel Motorcycle Club (BRMC), banda essencial do início da década que foi perdendo fulgor ao longo dos anos. Em 2000, os BRMC perguntavam: “O que raio aconteceu ao Rock N’ Roll?”. Nós questionamos agora: “O que raio aconteceu aos BRMC?”. A resposta não é certa. Explodiram com os Strokes e os White Stripes – a vaga que voltou a salvar o rock -, mas acabaram sempre atrás destes doi nomes. Perderam a corrida, mas continuam a competir. E isso é de louvar. Até porque nenhum dos discos dos BRMC é menos que razoável.

Na Aula Magna sentimos que é ao vivo que a banda se sente bem. Blues, rock e folk, a carreira dos BRMC, enfim. O rock cheio de faíscas de “Spread You Love” e “Whatever Happened to Rock N’ Roll”, o mais dançável de “Berlin” e o panfletário de “Weapon of Choise”. Quando vão à folk soam mais Bob Dylan que o próprio. São sempre bons.

Depois há histórias bonitas que merecem ser contadas. Consta que os pais da baterista Leah Shapiro se conheceram há 40 anos em Lisboa e se apaixonaram. A outra história, a do rock, um rock a preto e branco que nos trás os Jesus & Mary Chain à mente, foi contada em duas horas de um concerto incendiário que contou com dois encores. Assim vale a pena. Ah! E o rock não morreu. Que o digam os Black Mountain, os Black Keys ou os Rose Hill Drive.

Nota: Esta foto não corresponde ao concerto em questão

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Os Pulp de Jarvis Cocker regressam aos concertos

A carreira a solo de Jarvis Cocker, voz e cérebro dos Pulp, não tem sido uma desgraça, mas também não tem entusiasmado. É por isso que nós, comuns mortais, abrimos os braços para voltar a receber os Pulp. Para já estão marcadas apenas duas datas, ambas em festivais: a primeira calha a 27 de Maio, no muito indie Primavera Sound, em Barcelona - aqui tão perto. A outra acontece no dia 3 de Julho, no Wireless Fest, em Londres.

BRMC dão aula de rock hoje na Aula Magna

No já longínquo ano 2000, os Black Rebel Motorcycle Club (BRMC) perguntavam: «O que raio aconteceu ao Rock N' Roll?». Um ano depois, os Strokes validavam a resposta perguntando: «É isto?» e Is This It? soava a resposta certa, a clássico instantâneo. Pouco depois, os White Stripes motravam que não é preciso uma carrada de instrumentos e adornos para voltar a fazer um clássico rock - "Seven Nation Army" era isso mesmo e, por fim, o rock voltava a hibernar. Os Strokes dormem desde 2006 e os White Stripes congelam desde 2007. O rock tornou-se menos sujo e mais letrado. Os Arcade Fire e os National triunfam no seio indie e os Franz Ferdinand apontavam para a anca. Os BRMC nunca nos deixaram, estiveram sempre aqui, à mão de semear. Antes do novo Beat the Devil's Tattoo, editaram Baby 81, grande disco rock que boa parte da critica não compreendeu. Os tempos mudaram, mas o rock a preto e branco dos BRMC continuam a fazer sentido, nem que seja numa pequena sala como a Aula Magna. Estamos lá.

domingo, 7 de novembro de 2010

[Crítica] Deerhunter - Halcyon Digest

Acreditem no ‘hype’, Halcyon Digest é um dos discos que nos fará recordar 2010 com um sorriso nos lábios. Logo à segunda canção, “Don’t Cry” – sim, tem nome de clássico -, Bradford Cox, o mentor do projecto, canta: «C’mon little boy / you don’t need to cry / You don’t need to cry your eyes out». Rapaz, não vale a pena chorar, porque afinal de contas, os Deerhunter existem e isso é tudo o que importa neste momento.

O sucessor do muito elogiado Mircocastel/Weird Era Cont lembra-nos, em “Desire Lines”, as harmonias criadas pelas 'girls groups' da década de 50 e nas canções mais curtas trazem-nos à memória os Guided By Voices, na medida em que cada canção soa a manta de retalhos, transformada em grande canção pelas grandiosas mãos de Cox.

Na 4AD nada de novo: Já são pelo menos três os discos do ano que dali provêm – Ariel Pink, The National e Twin Shadow. Sem vergonha, Halcyon Digest junta-se ao trio de obra-primas e consagra Bradford Cox como um dos maiores do nosso tempo. Atente-se ainda a “He Would Have Laughted”, dedicada a Jay Raytard, o grande. Obrigatório

9/10

sábado, 6 de novembro de 2010

Lisboa é capital europeia do rock por uma semana

É a semana mais inacreditável do ano no que a espectáculos ao vivo diz respeito. De 7 a 12 de Novembro, Lisboa e Porto recebem algumas das propostas musicais mais interessantes dos últimos 10 anos. É nestas alturas que dá jeito um guia. Ei-lo:

Broken Social Scene - Dia 7 na Aula Magna e dia 8 na Casa da Música:


Black Rebel Motorcycle Club - Dia 8 na Aula Magna e Dia 9 no Hard Club:


!!! (Chk Chk Chk) -Dia 9 no Lux:


Vampire Weekend + Jenny & Johnny - Dia 10 no Campo Pequeno e dia 11 no Coliseu do Porto:


These New Puritains - Dia 11 no Musicbox:


Strange Boys - Dia 12 no Grupo Desportivo Ferroviários (Barreiro):

O novo vídeo de Bruce Springsteen é de mil novecentos e setentas e tal

É gravado no estúdio e dá imagem a "The Promise", canção que ficou de fora de Darkness on the Edge of Town, o disco de 1978 que se preparar para ser reeditado. É bom, como sempre. Ah! E Eddie Vedder deve ter passado três quartos da infância a ouvir isto. O vídeo está aqui via Pitchfork.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Vamos a exagerar: O primeiro vídeo dos Weekend é quase uma curta

A Unidade já ouviu Sports, o disco de estreia dos Weekend, e pode assegurar que é coisa para figurar nos lugares cimeiros de muito top de melhores discos de 2010. Entretanto, enquanto o disco não chega às lojas, entretenhamos-nos com o vídeo de "Monday Morning / Monongah, WV" - sim são duas canções. Dura uns bons minutos, mas vale cada segundo.

The Pains of Being Pure at Heart afinal não perderam o toque

Depois da maravilhosa estreia homónima de 2009, os The Pains of Being Pure at Heart mais não têm feito do que marcar passo. Ainda no mesmo ano, lançaram um ep Higher Than Stars, uma caricatura do disco que os apresentou ao mundo. Nos últimos meses, temos sido presenteados com novas canções pouco ou nada entusiasmantes. E, finalmente, quando estamos em contagem decrescente para Belong, o segundo disco, lá ouvimos uma boa nova canção. E já contamos os dias para a estreia em nome próprio, no Lux.


terça-feira, 2 de novembro de 2010

The Decemberists regressam e a coisa promete: para já há nova canção

Sejamos precisos: o regresso dá-se no dia 18 do primeiro mês de 2011 e, entretanto, a malta vai-se distraindo com música nova. Os Decemberists oferecem no seu site oficial - em troca pedem apenas um e-mail e nem precisa ser o pessoal! -, "Down by the Water". A canção é fantástica e o título do disco promete: The King is Dead. Ao que parece, o sexto disco dos norte-americanos conta ainda com a colaboração de Peter Buck (R.E.M.) em alguns arranjos de guitarra. Hajam expectativas.









segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Cinco canções para este Halloween de 2010


O Halloween não é tradição tuga, como sabemos, mas é óptimo pretexto para ouvir música, música que desconhecemos ou nem por isso. Haverão muitas outras, mas lembrámos-nos destas cinco.

1 - The Misfits - Halloween: Os Misfits a descarregarem punk-rock e a lançarem o caos e a varrer tudo à sua passagem. Qualidade de som e imagem péssimas, mas um documento histórico incrível.


2 - Ryan Adams - Halloween Head: Ryan Adams em grande forma nas BBC Four Sessions. Uma canção perfeita de um álbum imperfeito. Ryan Adams em rota descendente, antes de anunciar um hiato. Mas separemos as águas, esta canção é uma obra-prima.


3 - Helloween - Halloween: E como escrever sobre o Halloween sem referir os Helloween? Os alemães a distribuírem power-metal igual a quase todo o power metal.


4 - The Dream Syndicate - Halloween: O rock alternativo vindo directamente dos anos 80 dos Dream Syndicate é fofinho e não tem pingo de azeite. É obra!


5 - Gwar - Zombie March: A explosiva actuação dos Gwar no Late Night de Jimmy Fallon. Numa palavra: medonho!