domingo, 29 de maio de 2011

[Óbito] Gil Scott-Heron (1949-2011) - Vídeografia


"É um misto de Bob Dylan, John Lennon e Bob Marley... mas canta melhor que Bob Dylan". A frase é de Benjamin Zephaniah que, tal como Gil Scott-Heron, combina as suas capacidades como músico e poeta - as palavras são um elogio ao autor de I'm New Here, um dos melhores discos de 2010. Gil Scott-Heron faleceu na passada sexta-feira, dia 27 de Maio, e as causas ainda não terão sido reveladas. A afirmação de Zephaniah faz todo o sentido - o músico, poeta e escritor, era, aliás, conhecido por Bob Dylan negro. Só não era estudado nas escolas britânicas - mas devia.

Percurssor do rap ("The Revolution Won't be Televised" é mesmo considerada uma das melhores canções rap de todos os tempos (não é bem rap, mas já se vislumbram resquícios daquilo que viria a ser o rap)), Scott-Heron colocou-nos a coçar a nuca - os temas eram variados, o racismo (sempre citando Malcolm X), o desemprego, a ida do homem à lua, o Apartheid, a injustiça social.

Quando regressou aos palcos, depois de uma longa passagem pela prisão, brincou: "Para os que apostaram que não estaria aqui hoje, perderam". Numa altura em que ninguém apostaria, desapareceu para sempre. Se ele não sobreviveu, "quem sobreviverá à América"? Mais: Scott-Heron foi grande, "morreu", "ressuscitou" e voltou a morrer. Regressará para nos salvar?

Os factos estão um pouco por todo o lado, os vídeos estão aqui.



























sexta-feira, 27 de maio de 2011

[Reportagem] Glasser + Drawlings - 21 de Maio - Musicbox


Sexta-feira, 20 de Maio, de mulheres num Musicbox bem composto. O interesse recaia quase todo em Glasser, mas havia alguma curiosidade em ver como Drawlings aka Abby Portner, irmã de David Portner, ele dos essenciais Animal Collective, se “safaria” a solo.

Uma conversa paralela entre dois jovens: “Sabes quem é? É a irmã do [David Portner dos] Animal Collective”, ouvimos. Resposta: “Ah, então é por isso que ela é assim!”. E o que é isso de ser “assim”? É Drawlings a desenhar paisagens através de sons samplados que tanto podem ser os de um cavalo excitado como os sons de caixinha de música. O timbre da sua voz chega a lembrar Bjork, mas o tom é onírico e os efeitos utilizados são múltiplos. Cumpriu naquilo que era a sua função – abrir para Glasser (que também estava no meio do público).

Glasser é personagem misteriosa. O cabelo loiro (ou será ruivo?) e a pele excessivamente branca parecem denunciar ascendência nórdica. O concerto começa com «Apply», uma das canções mais fortes do disco. A norte-americana mexe-se de forma característica. Passados dois minutos, a canção sobe de intensidade, ele, o tipo que a acompanha ao vivo, o homem das máquinas, atira-se furiosamente à percussão e pensamos, “Muito bem, isto promete. Ainda agora começámos e já estamos assim?”. Tememos pelo espectáculo. Aguentar-se-á?

A música estabelece alguns paralelismos com as novas rainhas do gótico, Zola Jesus e, sobretudo, Fever Ray. Mas Glasser é uma outra coisa. A autora de “Ring” mantém o negrume e harmonias vocais dos seus pares, mas adiciona-lhes fortes influências orientais, o que lhe confere um som novo e genuíno. Ao vivo, ela é a voz – ele, o tipo que a acompanha, está encarregue de todo o resto. Há beats dançáveis, uma voz carregada de reverb e uma música que em disco soa bem e ao vivo ainda melhor.

Após uma intensa hora de espectáculo, o duo sai da sala. Espera-se um encore, mas Glasser volta sem companhia. “Já tocámos o disco todo, mas querem mais uma?”. Perante o “sim” da audiência, a artista desabafa: “esta é uma canção tradicional inglesa”. Cantou-a a capella e, numa única canção, demonstrou toda a flexibilidade da sua voz que chegámos a colocar em causa, a meio do espectáculo. O espectáculo? Aguentou-se, pois.

Artigo originalmente publicado em www.ruadebaixo.com

domingo, 22 de maio de 2011

[Reportagem] Cass McCombs - 20 de Maio - Musicbox


Há poucas semanas, a Galeria Zé dos Bois (ZdB) denunciou, em comunicado no Ípsilon, o suplemento cultural do jornal Público, que “ainda não recebeu uma única parcela do montante que lhe foi adjudicado para o presente ano, tendo sido obrigada a recorrer ao crédito e a prescindir de colaboradores essenciais”. É de louvar que a programação da ZdB, independentemente de todos os problemas por que instituição passa, devido aos cortes de apoio do estado, continue a ser tão interessante quanto ambiciosa. A ver vamos o que se segue nos próximos meses, sabendo que a situação não é fácil.

Desta feita, o concerto de Cass Mccombs do passado dia 19 de Maio dificilmente poderia ter corrido melhor, do ponto de vista do retorno financeiro: esgotado.

Acompanhado de uma banda – que revela um baixista que poderia ser um membro perdido dos ZZ Top - Cass Mccombs, personagem cativante e misteriosa, entra de boné e cabelo apanhado para começar com a fabulosa canção de abertura de “Wit’s End”, «County Line», canção em que discorre sobre o mais antigo dos temas, a dor de corno. As canções do mais recente disco, esse “Wit’s End”, o álbum que vem à ZdB apresentar, são canções longas, com mais de cinco minutos, mas são canções acessíveis e fáceis de adorar.
John Peel dizia que Mccombs era “discretamente brilhante”. Temos que concordar, o músico californiano não deixa que se saiba muito sobre si e raramente dá entrevistas. É um tipo recatado, mas afável. Nas horas livres é, como referiu John Peel, brilhante. “Maybe I’m Wrong / Maybe I’m Working for the Day”, desabafa na fantástica «Burried Alive» – e assim Mccombs resume toda a sua existência de forma subtil.

As canções são quase todas downtempo e descrevem ambientes melancólicos. No momento mais singular do espectáculo, as guitarras distorcem e somos presenteados com um grande riff que as Dum Dum Girls não recusariam. É rock n’ roll, mas não muito, que este tipo que, fala pela banda que o acompanha, não ingere álcool e (desconfiamos) renega as drogas.

Naquele que foi o maior problema da noite na ZdB, o calor, o norte-americano teve o condão de transformá-lo num momento mágico. Ao longo da actuação foi-se queixando do “muito calor”, pediu o “ar condicionado”, apelou à abertura das janelas e, por fim, já na última canção, em desespero, pediu que desligassem as luzes. “Desliguem tudo, temos as luzes de lá de fora”. E assim foi, um momento mágico que muitos recordarão por muito e muitos anos.

Texto publicado originalmente em www.ruadebaixo.com

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Playlist da Semana:

Todas as semanas, uma Playlist, uma lista com as 10 melhores canções que nos passaram pelos ouvidos, durante a semana:

1 - Gang Gang Dance - MindKilla

Se todas as canções forem deste calibre, Eye Contact é o disco do ano por 15-0. Vozes juvenis, sintetizadores loucos, coros que sobem alto, muito alto. No final uma sirene, claro sinal de fim de festa, de um caos que é tão perigoso quanto entusiasmante. Brilhante.


2 - Tyler, The Creator - Yonkers

Terapia nº 2 para Tyler, The Creator, o tipo que anda em tudo o que é capa de publicação dedicada à música. O disco pode não estar ao nível do seu ego/ambição, mas "Yonkers" é a prova de que este pode ser um ano enorme para o hip hop - regresso em disco de Sims of Doomtree e o regresso, depois da pena de prisão - de Lil Wayne.


3 - Smith Westerns - All Die Young

Conseguimos imaginar os Bee Gees ruídos de inveja perante o falsete de Cullen Omori.


4 - Pj Harvey - The Last Living Rose

PJ Harvey: obra-prima aos 40.


5 - Panda Bear - Tomboy

Panda Bear reinventa-se e evita o tombo.


6 - Fleet Foxes - Montezuma

Vozes e harmonias ao alto: os Fleet Foxes estão de volta, três anos depois da obra-prima homónima. Depois de ouvir estas 12 canções, a vontade é de agarrar na enxada e colocar este país a andar para a frente.


7 - Beastie Boys - Make Some Noise

Façam barulho para o regresso dos Beastie Boys em grande forma.


8 - Ty Segall - You Make The Sun Fry

É apenas mais uma (grande) canção rock - e nós gostamos.


9 - Beyoncé - Run the World (Girls)

Se o ritmo a que Beyoncé se lembra de fazer uma grande canção continuar com esta regularidade, daqui a 20 anos teremos direito a uma magnífica compilação. Samplar Major Lazer ajuda. Ela manda.


10 - Cass Mccombs - The Lonely Doll

Em semana de concerto na ZdB, "Lonely Doll" dos Cass Mccombs. Assim se adormece uma criança.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O World Press Photo está quase acabar - Nós já escolhemos a nossa favorita:


Aprecem-se. O World Press Photo 2011 está a chegar ao fim (a exposição) e, se ainda não experimentou, vale a pena aproveitar os últimos dias. Raramente encontramos uma exibição tão constante. A verdade é que estas são as melhores entre as melhores. Num tempo com pouco tempo, os filtros são essenciais e, caso goste de música e não tenha paciência ou tempo para se deslocar a Belém, fique com esta foto. Se só tivéssemos que escolher uma, seria esta. Foi o que fizemos. É uma maravilha. É lindíssima. É transcendente. Se tudo correr bem, temos uma entrevista com o autor da foto em breve.

Legenda: Joséphine Nsimba Mpongo pratica violoncelo em Kinshasa, no Congo, em registro de Andrew McConnell, Irlanda, da Panos Pictures para a Der Spiegel. A foto é uma das 177 imagens que estão na mostra "World Press Photo 2011", que apresenta fotos jornalísticas premiadas em 2010 pelo mais importante concurso da categoria.

[Reportagem] Norberto Lobo - 11 de Abril - Teatro da Trindade

Norberto Lobo parece ser daquele tipo de artista que é, na banalidade do dia-a-dia, um indivíduo tímido e desajeitado. Duvidamos do seu jeito para as miúdas – seja lá o que isso for de ter jeito para as miúdas. Norberto Lobo, ele que já vai no terceiro disco a solo, “Fala Mansa”, descobriu que tem um dom e potenciou-o. Num país que, confirma-se agora, está em recessão económica e em que se discute a sobrelotação de malta com habilitações literárias, Norberto Lobo descobriu o que o distinguia e rendeu-se à evidência: Nem todos podemos ser Políticos ou Engenheiros e, Deus nos livre, Lobo não se tornou nem numa coisa nem noutra. Evitou-se mais um Lobo Mau, ganhou-se um Lobo Bom.

O concerto que deu no Teatro da Trindade, o de apresentação de “Fala Mansa” no passado dia 11 de Maio, é o mais intimista possível. Ao fim da primeira canção ouvimos um sincero “Lindo”. Vem da cadeira ao lado, alguém convertido àquele contínuo dedilhar, aquele mestre explorador tantas vezes comparado a Carlos Paredes e a Jim O’Rourke que é Norberto Lobo.

A dificuldade de Norberto Lobo e deste tipo de espectáculo está em manter o mesmo nível de atenção do público, ao longo da totalidade do concerto. Lembramo-nos, por exemplo, da falta de paciência que temos para um Joe Satriani ao vivo. Daí que, a meio do espectáculo, Lobo explore territórios mais dignos dos Tigrala, projecto paralelo partilhado com Guilherme Canhão e Ian Carlo Mendoza.

Tanto virtuosismo poderia afastar Norberto Lobo das melodias. Não é o que acontece. Como em «Mudar de Bina» e «Pata Lenta», as melodias continuam a ser pormenor importante na equação. Tanto dedilhar cheio de virtude poderia também condenar aqueles silêncios a um momento castrador e de um vazio irrespirável. Pelo contrário, os silêncios servem para respirar, porque Lobo sabe dosear esse sobe e desce de tensão e intensidade que caracterizam os seus espectáculos. Nos momentos mais intensos parece que, exageremos, estamos perante uma orquestra. A guitarra – ao todo, seriam duas clássicas e um outro instrumento de cordas que parece e soa como um banjo - é só uma, mas parece duas ou três. A certa altura dá uso ao bottleneck numa guitarra personalizada e cheia de idiossincrasias. Cada vez que o mestre do fingerpicking termina uma canção, cada uma delas uma peça fundamental, uma contribuição fulcral para o legado da música portuguesa, ouvem-se aplausos, longos, de vários segundos, um irrefutável sinal de reverência. “Obrigado por terem vindo e não terem ido ver os Tindersticks”, diz ele. “Tu és melhor”, diz um fã. Resposta à altura.

Não nos deixemos enganar por este nome, este nome de protagonista de anúncios de marca de champôs. No nosso gabinete ou no Teatro da Trindade, Norberto Lobo é sempre e invariavelmente brilhante.

Dêem-lhe uma guitarra, a sério.

Texto Publicado em www.ruadebaixo.com

sábado, 14 de maio de 2011

[Reportagem] Ursula Rucker - 5 de Maio - Musicbox


Numa altura em que já se aquece/poupa para os grandes festivais de Verão – os cartazes estão praticamente fechados -, concertos como o de Ursula Rucker no Musicbox, no passado dia 5 de Maio, poderiam ressentir-se do grande investimento que o Verão exige a qualquer melómano que se preze. Não terá acontecido com Rucker que tinha à sua espera mais de meio Musicbox, para a receber, mais uma vez, de braços bem abertos.

Ursula Rucker faz parte de um restrito conjunto de músicos em que acreditamos quando nos dizem algo como “Esta é a minha casa. Não moro aqui, mas é como se morasse. Vocês são fantásticos”. Acreditamos porque existe uma genuína ligação entre a norte-americana e o público português – um dos primeiros a dar-lhe voz, literalmente. No ano passado vimo-la, sozinha, despida, num concerto que intitulámos “O Nu de Ursula Rucker”. Desta feita, Rucker veio vestida. Deixou a nudez para debate aceso noutras paragens (muçulmanas) e fez-se acompanhar de uma banda – baterista e guitarrista.

A entrada é gradual, primeiro o baterista, depois o guitarrista e, por fim, Ursula Rucker, toda ela estilo – chapéu, óculos escuros e roupa veraneante. Logo à primeira canção revela-se mais segura relativamente à anterior passagem nesta sala. “iphone, ipad, itunes, i am… here”, atira, sublinhando, mais uma vez, a sua posição relativamente ao tema “Internet versus Realidade”. Mas Ursula já vai revelando alguma abertura relativamente à Internet e às novas tecnologias. Em 2010 revelava não ter paciência para o Twitter. Em 2011 já tem página no Facebook e pergunta “onde está Maria?”, fruto de comunicação cibernética.

“She Said”, o novo disco, é o motivo principal deste espectáculo. A base é o spoken-word, mas o concerto é mais cantado do que falado. Trip-hop, reggae (spoken-reggae?), soul, blues, country, alguns apontamentos africanos - a América sulista, a Jamaica, Bristol e África, tudo parece caber no caldeirão da alemã.

Nos momentos memoráveis do concerto registámos uma canção que, no momento em que Ursula profere a frase mais lembrada do reggae, “one love!”, vemos vários casais abraçados. Mais: o registo acapella no final dessa mesma canção e «Fuck You», canção enorme em que um grande riff é acompanhado por “na na na’s” e por “fucks, muitos fucks”.

Mas Ursula Rucker não é apenas a (óptima) música que produz. Rucker conhece o poder das palavras e usa-as com mestria, dentro e fora das canções. “Por vezes questiono-me porque é que dou tanto numa canção. Só me apetece chorar!”, diz, a certa altura, emocionada. Numa outra situação, apresenta um poema escrito depois da catástrofe provocada pelo Furacão Katrina e o governo norte-americano. “Mesmo para as pessoas que achavam que o governo já estava todo “fodido”, foi um choque ver como esse mesmo governo deixou todas aquelas pessoas morrer”. Outra ainda: “Dizem que sou assustadora, não sou. Dizem que não sei escrever uma canção de amor. Pois aqui está uma canção de amor”. Todas estas tiradas, tão boas quanto sinceras, ajudam-nos a definir Ursula Rucker. Há mesmo algo de revolucionário em tudo isto quando a artista ergue o punho e repete “resist!”. E tudo isto é simbólico, numa altura em que os Homens da Luta estão na Alemanha a espalhar a sua mensagem de alegria, mas também de preocupação e Ursula Rucker vem da Alemanha, toda ela sorrisos, simpatia e alegria, espalhar a sua mensagem de luta neste Portugal que espera pelo bicho papão que é o FMI.

Em encore, “que seria feito de qualquer maneira”, somos presenteados com um mini instrumental com slide ao qual se segue «Supa Sista», o mais conhecido e celebrado tema de Rucker. O espectáculo acaba com o baterista a acelerar e o guitarrista a acompanhar num solo final. Quase perfeito.

domingo, 1 de maio de 2011

Rapidinhas:


Menomena - Mines

Mines é o quarto disco dos norte-americanos Menomena, mas, tendo em conta a anterior discografia da banda, poderia ser o primeiro. I Am the Fun Blame Monster!, o verdadeiro primeiro disco da banda de Portland, poderia ser o disco da fase em que se correm todos os riscos - isto se não fosse o primeiro álbum. Os Menomena escolheram um caminho, mas poderiam ter escolhido outro - e não é sempre assim? Começaram por ser um objecto estranho no início da década dos zeros, numa altura em que se bradava aos céus pelo ressuscitar do rock mais cru via Strokes e White Stripes. Chegam-nos hoje, mais ambiciosos que nunca, com coros, sopros, pormenores épicos, letras que contam bebedeiras e terramotos no Japão (premonição?) e títulos de canções que mais parecem pertencer a deuses gregos. E um grande disco.

8/10

Cold War Kids - Mine is Yours

Não sabemos se gostamos ou não da voz de Nathan Willett, sabemos sim que, ao terceiro disco, os Cold War Kids depararam-se com dois possíveis caminhos: 1 - fazer um disco alt-rock-indie-soul e continuar a levar pancada da crítica; 2 - Colocar em prática um plano que exigiria uma volta de, pelo menos, 90 graus na sonoridade e continuar a levar pancada, mas já no patamar de uns Kings of Leon. Está à vista que os "miúdos" escolheram a segunda opção e para isso recrutaram gente entendida no assunto, Jacquire King, o homem por trás da produção de Only By the Night dos Kings. Mine is Yours é, portanto, o disco mais ambicioso da californiana, sendo os primeiros temas claramente candidatos a hinos de estádio. Mine is Yours falha quando quer ser épico por ser épico. Aqui os Killers, ali os U2, acolá um piscar de olhos ao passado (em "Cold Toes on the Cold Floor", em que vão dos White Stripes aos Black Keys). Não é tão mau como uns dizem, nem tão bom quanto outros apregoam - e, sim, pode existir um meio-termo.

6/10