domingo, 27 de fevereiro de 2011

Deerhunter, Mountain Goats e Twilight Singers na televisão

Os primeiros são autores de um dos melhores discos de 2010 - Halcyon Digest -, os segundos têm disco novo para mostrar em Março e os terceiros acabam de editar Dynamite Step. O novo dos Mountain Goats só chega no dia 29 de Março - All Eternals Deck é o título do disco. Na televisão, os primeiros apresentam um perfeito "Memory Boy", os segundos mostram "Birth of Serpents" e os últimos rockam ao som de "On the Corner".





quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Crocodiles no Alive e Sufjan Stevens nos Coliseus


Ainda a procissão vai no adro, mas podemos avançar com algumas conclusões acerca do cartaz do evento de Algés: o Palco Super Bock está a ficar, pela primeira vez em cinco anos, bem superior ao Palco Optimus, o chamado principal. A Primal Scream, Grinderman e Anna Calvi juntam-se agora uns muito recomendáveis Crocodiles. Os norte-americanos actuam no mesmo dia em que a banda de Bobby Gillespie apresenta o clássico Screamadelica. Já Sufjan Stevens, artista camaleão, megalómano que um dia prometeu fazer um disco para cada um dos 50 estados norte-americanos, sobe ao palco dos Coliseus (Porto e Lisboa), nos dias 30 e 31 de Maio. O percurso é imaculado - dois discos perfeitos, Illnoise primeiro e The Age of Adz depois.








sábado, 19 de fevereiro de 2011

Em resposta ao comentário «Que bem se está no Porto!» de Rodrigo Affreixo publicado no suplemento Ípsilon, no Jornal Público

Em resposta ao comentário «Que bem se está no Porto!» de Rodrigo Affreixo publicado no suplemento Ípsilon, do Jornal Público.

Não me incomoda o facto de Rodrigo Affreixo colocar o Porto como uma espécie de Meca cultural - o que contradiz aquilo que se tem dito nos últimos tempos acerca daquela que foi a Capital Europeia da Cultura, no longínquo ano de 2001. Incomoda-me sim, a falta de coerência e a falta de informação – esta última justificada no momento em que coloca, lado a lado, Lisboa e Porto, limitando-se à comparação fácil.

Relativamente à falta de coerência: Começa por referir que "se compararmos o que temos hoje no Porto com o que há em Lisboa, com 300 e tal quilómetros de distância entre as duas cidades, não nos podemos queixar muito...", para depois referir "O que nos falta mais? A Cinemateca Portuguesa. É uma das melhores do mundo e está sediada em Lisboa. Paciência, também tem de ficar alguma coisa na capital...". Então de um "não nos podemos queixar muito, o senhor Rodrigo Affreixo passou para um "também tem de ficar alguma coisa na capital..."? Por favor, alguma coerência senhor Rodrigo Affreixo.

Mas pior é quando o senhor Rodrigo Affreixo tenta comparar os espaços nocturnos existentes em Lisboa e no Porto. Para Rodrigo Affreixo o Porto tem o Hard Club, o Passos Manuel, o Becas, o Maus Hábitos, o Plano B, o Armazém do Chá, o Café do Lait, o Gare, o Pitch, o Trintaeum, o Industria, o Café Lusitano e o Zoom. Para Rodrigo Affreixo, Lisboa tem o Bairro Alto – que, atenção, nem é um espaço, no máximo será um espaço com vários espaços lá dentro - e o Lux. Lisboa nocturna, portanto, segundo Rodrigo Affreixo, resume-se ao Bairro Alto e o seu botellón e a uma discoteca.

Senhor Rodrigo Affreixo: posso-lhe referir que, só no dia em que lhe escrevo, Lisboa vai receber Kimi Djabaté no Musicbox - um clube com uma incrível variedade programática e que fica (não sei se conhece) no Cais do Sodré -, o trompetista Peter Evans na Galeria Zé dos Bois, no Bairro Alto - afinal não há só botellón - e Hercules & The Love Affair no seu preferido Lux. Mas há mais: vão estar novos projectos nacionais como os Mulherhomem e The Iconoclasts no Bacalhoeiro, um espaço normalmente dedicado a novos artistas nacionais e estiveram os Aveirenses The Underdogs no Lounge - também no Cais do Sodré.

Mas não nos fiquemos por aqui: apesar de, recentemente, termos assistido ao fecho de um dos mais importantes espaços lisboetas, o Cabaret Maxime, Lisboa tem ainda o Santiago Alquimista (mais dedicado ao rock mais alternativo), o Frágil (também no Bairro Alto do Botelhon), o Hot Club e o Onda Jazz (ambos mais dedicados à música improvisada), o Centro Cultural de Belém (quando há concertos), o Fórum Lisboa e, para espectáculos de maior envergadura, o Coliseu dos Recreios, a Aula Magna, a Praça de Touros do Campo Pequeno e o Pavilhão Atlântico. Para além de todos estes clubes e salas lisboetas, tenho a certeza que qualquer cidadão que viva a noite da capital me indicaria mais uns quantos espaços onde passar a noite como o Jamaica, o Transmission ou o Europa, só para nos ficarmos pelo Cais do Sodré.

Sugiro ao senhor Rodrigo Affreixo que, da próxima vez que queira engrandecer a noite do Porto às custas da de Lisboa, faça uma pequena pesquisa - até a wikipedia pode ajudar, mas sugiro algo mais fiável como a Timeout Lisboa, que há bem pouco tempo dedicou uma bela edição à noite lisboeta.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Novo disco de Sims (Of Doomtree) aqui e agora!

Já é possível ouvir Bad Time Zoo, o sucessor do brilhante Lights Out Paris. Só o ouvimos por alto - análise mais detalhada daqui por uns dias -, mas a primeira audição (e quão importante é a primeira impressão?) deixa no ar a hipótese de este ser um dos discos mais fortes do ano. E este Sims corre o risco de se tornar ainda mais viciante que o videojogo.


Odd Future varrem tudo no "Jimmy Fallon"

Não se fala de outra coisa. Os Odd Future fizeram a sua estreia televisiva no Jimmy Fallon e quiseram faze-la em grande. Surgiram de cara tapada, pularam, rapparam, invadiram o espaço destinado ao apresentador (Fallon ficou sem palavras) e acabaram a disparar frases para a câmara. Foi mesmo em grande. A canção, "Sandwitches", neste caso, é o menos importante.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Primal Scream também numa tenda e Elbow num palco a sério

Vamos ouvir Screamadelica de uma ponta à outra no Alive! 11 Os Primal Scream sobem ao palco da Tenda Super Bock no dia 7 de Julho, o mesmo de Foo Fighters e Iggy Pop & Stooges. Das duas uma, ou este cartaz vai estar ao nível de um Glastonbury ou a coisa está a ficar mesmo preocupante no que diz respeito a palcos. Já o Super Bock Super Rock continua a filtrar o que de melhor vai ao Benicássim e confirma os Elbow - autores de um dos melhores discos de 2008, The Seldom Seen Kid - para o dia 16 (o dos Strokes), para o Palco Super Bock.



segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Novo álbum dos Radiohead daqui a cinco dias

Apanharam-nos de surpresa, os sacanas! Os Radiohead de Thom Yorke e companhia anunciaram hoje, dia 14 de Fevereiro, um novo álbum. Mas não foi um anúncio normal - o oitavo disco dos britânicos chega, em formato digital, já daqui a cinco dias, Sábado, 19 de Fevereiro, dia da semana pouco comum no que diz respeito a edições. The King of Limbs é o nome do sucessor de In Rainbows e, dizem os Radiohead, é o primeiro "Newspaper Album" do mundo. De facto, a iniciativa nada tem de parecido com a de Prince, em 2003, quando editou Planet Earth com o tablóide "The Mail on Sunday". Para já, o disco pode ser encomendado online e, dizem os Radiohead, quem o fizer antes de Sábado, recebe o disco em formatos Mp3 e Wav - mas quem é que ainda acha que se não fizer esta pré-encomenda vai ficar privado dos Mp3 ou do Wav? A edição física está marcada para 9 de Maio e será composta por um CD, dois vinis e algumas imagens - tudo por 36€. Quem quiser ficar também com Wav (?!) terá que desembolsar mais 3€, ou seja 39€ e, caso queira apenas ouvir o disco por vias legais, o cliente - chamemos-lhe assim - tem que largar 7€ pela versão MP3 e 11€ pela versão Wav. Mais um passo na longa caminhada contra os métodos de edição mais tradicionais. Já tinhamos saudades. Mas que dia!

Arcade Fire levam o Grammy para "Álbum do ano"

Os canadianos receberam o mais importante de todos os Grammy. Não se falou de outra coisa nesta Segunda-Feira, dia 14 de Fevereiro. Então, uma banda que é uma orquestra e que há meia-dúzia de anos era o segredo mais bem guardado do Canadá a deixar Eminem, Katy Perry e Lady Gaga - a propósito, de imprevisívelmente parola, passou a previsivelmente imprevisivel - lá atrás? E agora? Kanye West comenta: "Arcade fire!!!!!!!!!! There is hope!!! I feel like we all won when something like this happens! FUCKING AWESOME!", escreveu o rapper/produtor/génio no seu mais que célebre twitter. Os próprios Arcade Fire pareciam não acreditar e estavam visivelmente extasiados antes de se atirarem a "Ready to Start" e fecharem em grande a noite que os consagrou. "OH MY GOD OH MY GOD OH MY GOD OH MY GOD OH MY GOD OH MY GOD. Thank you EVERYONE", escreveram também eles na sua conta do twitter. "We're going to play another song because we like music", disse Win Butler logo depois de mostrarem uma explosiva "Month of May" - com truques de BMX à mistura - e receberem o mais importante de todos os Grammy. Ah! E repara-se na primeira reacção de Butler quando subiu a palco para receber o prémio: "What the Hell?", o que demonstra bem o que significam estes prémios para a indústria, uma espécie de Óscar, mas, neste caso, o motivo de chacota é a música. É por isso que a vitória dos Arcade Fire nos Grammys é especial. A coisa pode não voltar a repetir-se ou pode repetir-se daqui a muitos anos, mas, porra (!), os Arcade Fire ganharam o Grammy para "Álbum do ano" e isso é, meus caros, absolutamente formidável. Os vídeos das actuações podem ser vistos em baixo:

A Pitchfork tem o vídeo de "Month Of May"


sábado, 12 de fevereiro de 2011

[Crítica] The Decemberists - The King is Dead / Iron & Wine - Kiss Each Other Clean

Folk pastoral, as unhas enterradas de terra, dois bons conjuntos de canções. Melhor Decemberists que Iron & Wine.

Não há nada de incrivelmente revolucionário num conservador disco folk, mas quando cada uma das canções vale por si - todas maravilhosas -, esse exercício pouco importa. Fossem todos inventar a roda e os meninos do New Musical Express (quem?) não escreveriam aberrações como "pig ugly and cynical exercise" para descrever o último dos Decemberists.

The King is Dead, o título, é uma óbvia referência a The Queen is Dead, o terceiro disco dos Smiths de Morrissey e Johnny Marr. Só o título já prometia, diziamos nós há um par ou dois de meses neste mesmo blog a propósito do sucessor de The Hazards of Love, essa ambiciosa ópera-rock (passe a redundância) que podia ter destruido os Decemberists. Completamente falso. Colin Meloy regressa as origens e convoca Gillian Welch, fulcral cantora folk dos últimos anos, e Peter Buck, o guitarrista dos R.E.M. que dispensa apresentações. Normalmente depois de discos como The Hazards of Love sucedem-se discos tão ou mais ambiciosos - ficando no mainstream, em que é mais comum isto acontecer, veja-se os exemplos dos Muse e Greenday. Mas não, o sexto disco dos Decemberists mergulha na Americana e sai-se muito bem. Steel guitar e harmónicas compõe um cenário pastoral e canções como "Don't Carry it All", "January Hymn", "Down by the Water" e "This is why we fight" são de uma beleza constragedora. Não se esperem grandes revelações, é apenas mais um (belo) disco dos Decemberists. Afinal de contas, o rei (The Hazards of Love) morreu e podemos brincar um bocadinho enquanto não se arranja um sucessor. Podemos ficar para sempre assim?

Também os Iron & Wine do barbudo Sam Beam operaram um revolução com o último The Shepherd's Dog - Beam decidiu finalmente gravar com uma banda e disse adeus às gravações mais lo-fi. Kiss Each Other Clean seria, portanto, o disco da afirmação. Ermhh...

Há de quase tudo no quarto álbum de originais da banda de Sam Beam. Há pequenos apontamentos de electróncias, frequentes harmonias, sopros, coros doo-hop, guitarras wah wah, algumas referências africanas (já presentes no antecessor) e - aqui sim, novidade! - alguns apontamentos jazzisticos. Nesta amalgama em que, apesar de tudo, soa melhor na prática do que na teoria, os Iron & Wine escapam vivos, mas não ilesos.

Oiça-se a essencial "Walking Far From Home".

The Kings is Dead - 7/10
Kiss Each Other Clean - 6/10





[Reportagem] Band of Horses - 7 de Fevereiro - Aula Magna


Foram cinco anos de suores frios, cinco anos ansiedade e de espera transformados em expectativas que estavam lá no alto desde que o anúncio do primeiro concerto dos Band of Horses em Portugal foi feito, no último trimestre de 2010. É por isso - não só, mas também - que o concerto - que ainda para mais aconteceu no sitio certo, a Aula Magna -, desiludiu. Não chegou a explodir - ameaçou quando "Funeral" levantou a sala, mas não cumpriu a ameaça. Para isso o contribuiu um alinhamento - arrancou com canções menos mediáticas, adormecendo desta forma uma plateia cheia de vontade de se juntar à banda em hinos épicos como "Ode to LRC" ou "Is there a ghost", um público ávido por cantar em uníssono "No One's Gonna Love You". Foram cinco anos de espera porra! Era suposto ser especial e não foi.

Lá para o meio oferecem o primeiro single do último Infinite Arms, óptimo disco, óptima canção, cheia de belas harmonias e que nos chega a fazer lembrar os Black Keys do último Brothers. Lá atrás no projector eramos presenteados com paisagens naturais, rurais e pastorais como esta folk com ares de blues e quer busca inspiração nas raízes. Projectam uma imagem do Terreiro do Paço, uma surpresa a que o público responde de forma positiva. Uma surpresa tal como na entrada em palco, ao som de "Evening Kitchen", etéria, pura, apenas com Ben Bridwell e Bill Reynolds em palco.

É claro que "Funeral", "Ode to LCR", "Is there a ghost" e "No One's gonna love you" foram momentos de grande celebração. Mas não apagaram o que de banal e sem chama já tinha ficado para trás. Para os que só agora descobriram ou estão a descobrir terá sido um momento bem passado, para quem ficou cinco anos à espera disto, da estreia dos Band of Horses em Portugal, foi uma profunda desilusão. O problema é difícil de apontar. Banda esforçada e competente, público rendido e conhecedor, uma sala perfeita e lotada... tinha tudo para dar certo. Não deu.

Nota: Esta fotografia não corresponde ao concerto em questão.

Grinderman numa tenda em Algés

Segunda boa confirmação para o Alive! 11 - a outra chama-se Iggy & Stooges... Ah! E parece que Dave Ghrol também vai andar por lá -, os Grinderman sobem ao Palco Super Bock, no dia 9 de Julho, o mesmo dos White Lies, esses putos que se limitam a fazer de monges copistas e citam toda a obra dos Joy Division, e que tocam no palco principal. O critério? Talvez lá mais para a frente o consigamos perceber. Para já fica um grande ponto de interrogação. De qualquer forma teremos a outra banda de Nick Cave e os seus inseparáveis Bad Seeds em estreia absoluta em Portugal. E isso vale por si.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

[Reportagem] The Young Gods - 31 de Janeiro - Santiago Alquimista


Segunda noite da mini-digressão protagonizada pelos Young Gods no nosso pequeno país. Segunda noite num Santiago Alquimista bem composto, ainda que não esgotado – como aconteceu na noite anterior. Há quem se queixe, mas a culpa não parece ser da maior banda que a Suíça alguma vez pariu - “20 euros por esta sala?”, ouvimos, ainda antes do trio - que, em palco, se transforma em quarteto durante grande parte do tempo – fazer-se ouvir através dos primeiros sons electrónicos que marcam o ritmo de «Everybody Knows», canção do homónimo último disco. Resta referir que este público, o dos suíços Young Gods, é um público adulto que conhece a história do rock industrial de uma ponta à outra, dos Throbbing Gristle aos Nine Inch Nails.

À segunda canção da noite a percussão endurece e os sons electrónicos escurecem. À terceira entra a guitarra eléctrica e o ritmo é mais vivo e dançável – há pandeireta e solo de guitarra. Logo depois já nos esquecemos do local onde nos tínhamos encontro marcado com estes suíços. Somos teletransportados para cenários do livro da Bíblia de São João, incineradoras localizadas em cenários desoladores e locais em que sons maquinais (de locomotivas movidas a droga e não a carvão) como os que ouvimos fazem sentido.

Pausa em «Mister Sunshine» para trocar a garrafa de oxigénio – o ar aqui é irrespirável – com falsete de Franz Treichler. Depois volta à carga – Treichler pega no microfone e aponta a luz para o público enquanto grita sucessivamente “And the winner is…” e transforma este num dos momentos mais intensos do concerto. Não obtemos resposta, mas ainda assim o público responde – os corpos balançam e dançam sincronizadamente. Perto do encore assistimos a cargas de distorção e feedback entre outros sons psicadélicos. E já que mencionamos algum psicadelismo, há nesta altura meia dúzia de elementos na plateia mais preocupados em dar umas boas gargalhadas na sequência de frases como “Os Rolling Stones não cabiam aqui dentro”, como se tivesse descoberto a teoria da relatividade.

Os 25 anos de carreira fazem-se sentir a um nível meramente físico: vislumbramos cabelos brancos e as inevitáveis rugas. Em todo o resto continuam os mesmos de sempre – quase duas horas entre o pós-industrial mais violento e momentos mais introspectivos e até acústicos com pinceladas psicadélicas aqui e ali. O jogo de luzes é importante, tudo conta para tornar o ambiente mais soturno, há que dar uma credibilidade visual àquilo que os ouvidos assimilam. Há algo de apocalíptico em tudo isto, as palavras de ordem parecem-nos carregadas de raiva, experimentamos ambientes tensos, estranhos e desconfortáveis. Subimos e descemos de intensidade, qual elevador emocional que tanto nos entusiasma como nos conforta.

No encore, temos direito a todas a canções que queríamos ouvir: «Gasoline Man», «Skinflowers» e «Kissing the Sun» à cabeça – esta última, a ter direito à maior ovação da noite e a um pequeno mosh. Pensávamos nós que este seria o fim, apoteótico como mandam as regras. Mas não, a banda anuncia que, a fim de evitar uma saída de palco para segundo encore, prefere dar já a última canção da noite que acaba por ser três.

Imediatamente antes do final, um indivíduo fixa o olhar na planta de emergência – acto inteligente, porque isto num concerto dos Young Gods nunca se sabe se e quando é que o recinto vai arder.

Texto originalmente publicado em www.ruadebaixo.com

Fotografia: José Eduardo Real

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Beth Cosentino... ups...Best Coast no Lux em Abril

Uma coisa é certa: dificilmente o concerto dos Best Coast de Beth Cosentino superará o dos Wavves do namorado Nathan Williams no Super Bock em Stock. Ainda assim não faltam razões para marcar desde já um "xis" no calendário - dia 19 de Abril. Falta o local: Lux, Santa Apolónia. Se ainda não ouviram Crazy For You, oiçam-no, mas oiçam-no com urgência. É a mais bonita interminável birra dos últimos tempos.




sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Black Bombaim na Videoteca do Bodyspace

Os Black Bombaim, power-trio que faz do pós-rock óbvia bandeira e que vem de uma cidade que já não exporta apenas galos e está quase na moda (Barcelos), gravaram para a Videoteca do Bodyspace. Quase dez minutos de virtuosismo e improvisação (?), em cima de um barco (o Porto Rio), com restos de pescaria e o Rio Douro como pano de fundo.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

National apresentam novo single no Letterman

Os National voltaram à televisão norte-americana para apresentar o novo single, "Conversation 16", um dos melhores (e mais arrojados) momentos de High Violet. A coisa deu-se no Late Show with David Letterman. A Pitchfork acrescenta ainda que o homem do orgão parece ser Ricard Reed Parry dos Arcade Fire. Nós acreditamos, até porque os National gostam de partilhar os holofotes com amigos e parceiros musicais. Caso de, por exemplo, Sufjan Stevens, ainda em 2010.



quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Arcade Fire confirmados no Super Bock Super Rock


A vida são dois dias, o Super Bock Super Rock são três que, com toda a certeza, valerão por uma vida inteira. Depois de confirmações de Strokes, Arctic Monkeys e Portishead, ainda somos dignos de uma visita da trupe mais abençoada do planeta? O Meco muda de sexo, tornando-se assim a Meca do indie (ou o que lhe quiserem chamar) nos dias 14, 15 e 16 de Julho - marquem na agenda, vão ser os três mais bonitos dia do ano.





terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Spoon também "Blogothecam"

Depois dos Iron & Wine é a vez dos Spoon também começarem o ano a "Blogothecar". A banda usa discos de um estabelecimento repleto de fonógrafos e discos de vinil para marcar o ritmo de "The Ghost of You Lingers"/"Got Nuffin". Já em "Black Like Me", a banda de Britt Daniel limita-se a tocar num restaurante.

Segundo dos Fleet Foxes já tem data

Maio, 3 de Maio. Decorem. É uma data. A de edição do novo dos Fleet Foxes. É especial, portanto. Chama-se Helplessness Blues. Entretanto, deliciamos-nos com novo material. A canção homónima, claro, não desilude. Também os Kills têm nova canção - "Satellite" anda longe da sonoridade do último Midnight Boom (grande disco). Blood Pressures é o quarto álbum da dupla formada por Alison Mosshart e Jamie Hince. Edição marcada para 5 de Abril. Isto, meus caros, é 2011 a marcar posição.