segunda-feira, 25 de maio de 2009

[Crítica] Green Day - 21st Century Breakdown

Há quem diga que se apagarmos o sucesso comercial de American Idiot, o disco seria, à priori, um suicídio comercial,.Talvez a última cartada discográfica dos Green Day. 21st Century Breakdown prova que, por muito que os fãs chorem por um regresso às origens, é impossível voltar atrás.

O sucessor do álbum conceptual que contava a história de duas personagens, St. Jimmy e Jesus of Suburbia, é mais um épico pleno de ambição. Uma história de amor. Aquilo a que se convencionou chamar de ópera rock. Os protagonistas desta vez são Christian e Gloria. A obra volta a estar dividida em três partes: "Heroes and Cons", "Charlatans and Saints" e "Horseshoes and Handgrenades".

O problema de 21st Century Breakdown é ser muito inferior, quando comparado com o seu antecessor. Os épicos são inferiores, as baladas são dispensáveis, as canções são, no geral, claramente mais fracas. As personagens de American Idiot apaixonavam. O seu sucessor não tem essa capacidade.

O disco abre com a canção que lhe dá nome. É a canção mais épica do disco e é muito boa. “Know Your Enemy”, o primeiro single, tem um início a remeter para a urgência dos Ramones – algo que já só se volta a repetir em “Horseshoes And Handgrenades”. “Last Night On Earth” é uma muito dispensável balada melosa e “Peacemaker” é um corpo estranho – há punk cigano à Gogol Bordello.

Os Green Day optaram pelo caminho mais fácil. Repetiram a fórmula de sucesso. O tempo dirá se os resultados comerciais justificarão o decréscimo de qualidade que a repetição acarrecta.

5/10


Vídeo de "Know Your Enemy"

sábado, 23 de maio de 2009

[Antevisão] Andrew Bird em digressão nacional


Andrew Bird regressa a Portugal para uma trilogia de concertos a acontecer nos próximos dias 24,25 e 26 de Maio. O concerto deverá incidir no agradável Noble Beast, o último disco de originais. Os concertos de Lisboa acontecem já amanhã, dia 24, e no dia seguinte. Ambos são no Cinema São Jorge. No dia 26 o músico sobe ao Minho para tocar no Theatro Circo, em Braga. Andrew Bird é um dos melhores escritores de canções dos últimos anos.


"Fitz and the Dizzyspells" é um dos temas de Noble Beast:



quinta-feira, 21 de maio de 2009

[Obituário] - João Bénard da Costa (1935-2009)

Historiador e professor, João Bénard da Costa dirigiu a Cinemateca entre 1991 e 2009, Nos últimos meses foi substituído por Pedro Mexia por inspirar cuidados de saúde. Foi o fundador da revista O Tempo e o Modo e colaborador próximo da Fundação Calouste Gulbenkian. Morreu aos 74 anos vitima de cancro.

Aqui fica o excerto de uma entrevista de João Bérnard da Costa a Manoel de Oliveira:


quarta-feira, 20 de maio de 2009

[Música] The Pains of Being Pure at Heart - The Pains of Being Pure at Heart


Já que a capa não oferece qualquer resistência no que a contextualização diz respeito – é shoegaze de uma ponta à outra – a primeira coisa que salta à vista nos The Pains of Being Pure at Heart (TPOBPAH) é mesmo o nome, que foge claramente a processos judiciais. Eis mais um quarteto de Brooklyn.

Estes podem não ser os tempos áureos do shoegaze, mas a estreia dos TPOBPAH vale por si. Raramente ruído e melancolia funcionaram tão bem juntos. TPOBPAH, o disco, combina o ruído dos mestres Jesus & Mary Chain e My Bloody Valentine com as guitarras estridentes dos Dinosaur Jr. Abre com a melancolicamente bela “Contender”, segue com uma incendiária “Come Saturday” para, mais à frente, desabrochar na ternura contida em “Stay Alive” pela voz de Kip Berman. Outras pérolas “Young Adult Friction”, “The Tenure Itch” e ”Everything With You”.

Uma das mais inspiradas estreias do ano está cheia de pop/rock adulto. E vai estar em Paredes de Coura.

9/10


Eis o primeiro single, "Everything With You":



terça-feira, 19 de maio de 2009

[Multimédia] “Pelo Museu de Arte Popular, bordar bordar!”



Antecipando o Dia internacional dos Museus que se comemorou no passado domingo, um grupo de bordadeiros durante a tarde do dia anterior apelou que o Museu de Arte Popular (MAP) reabrisse. As impulsionadoras desta iniciativa são bem conhecidas: a empresária Catarina Portas, a artista plástica Joana Vasconcelos, a artesã Rosa Pomar e a historiadora Raquel Henriques da Silva. Todas elas estiveram presentes e também ajudaram na elaboração dum lenço de namorados gigante com “dizeres” alusivos à sua reivindicação. Ficou afixado na fachada do edifício que se encontra encerrado ao público desde 2006.
Mais um edifício que representa uma parte importante da nossa cultura e merece o nosso cuidado intensivo.

Catarina Portas, já no final da iniciativa concedeu-nos uma pequena entrevista onde explica a importância deste museu, da sua preservação e reabertura. Podem ouvi-la aqui.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

[Música] Marés Vivas e Super Bock Super Rock já têm cartaz fechado

Marés Vivas

O cartaz do Festival Marés Vivas tem alguns problemas e muitas virtudes. Despachemos as coisas más.


Há uma gritante falta de nomes portugueses num cartaz que se diz fechado. Um festival português sem nomes portugueses corre o risco de perder alguma da sua identidade. Recorde-se que no ano passado Da Weasel e Slimmy subiram ao palco no mesmo dia. Outro problema prende-se com o alinhamento do evento em si. Por exemplo, os Kaiser Chiefs – uma banda de 2004 – são cabeças de cartaz no mesmo dia em que sobem ao palco os Primal Scream, banda do início dos anos 80 e com um estatuto incomparavelmente superior. Por fim, os Secondhand Serenade e os Keane parecem um pouco deslocados no dia em que estão inseridos.


Passemos às coisas boas. A mais óbvia é o preço. Há quanto tempo não tínhamos um festival com nomes deste gabarito a um preço tão em conta? São três dias de concertos por 38 euros – recorde-se que, por exemplo, os Kaiser Chiefs tocaram em nome próprio nos coliseus por 30 euros.


De resto, o cartaz é coerente e demonstra uma evolução relativamente à edição do ano passado que já contou com nomes como os Prodigy, Sisters of Mercy, Peter Murphy e James entre outros. Oportunidade para ver ao vivo os regressos de Lamb e Guano Apes e confirmar que bandas como os Kaiser Chiefs e Primal Scream ganham vida em palco.


Super Bock Super Rock

Há uma grande preguiça e alguns sintomas capitalistas na forma como foi escalado o cartaz do Super Bock Super Rock 2008. Dois dias, duas cidades – Lisboa e Porto. Tudo bem. A ideia parecia boa. O cartaz final é uma desilusão e confirma as pistas dadas no último ano, o Super Bock Super Rock está a morrer aos poucos.


Em Lisboa há The Killers como cabeças de cartaz. Senhores de uma boa reputação ao vivo, a banda de Brandon Flowers vem pela primeira vez a Portugal apresentar o medíocre Day & Age. Mas nem tudo é mau. Há dois antecessores discográficos para celebrar. O problema não está nos Killers. O problemas está em só lá estarem os Killers. Sim, Mando Diao é bom, mas não chega. The Walkmen são senhores de um estranho culto, Brandi Carlile passa por cá a vida e Duffy faz-se valer apenas de “Mercy”. Haja misericórdia para um cartaz tão fraco!


No Porto a coisa piora substancialmente. Os Depeche Mode são cabeças de cartaz absolutos. Trazem o fresquíssimo Sounds of the Universe na bagagem e – já se sabe – não desiludem. O pior vem depois. Os Nouvelle Vague chegam a fazer digressões nacionais e Peter Bjorn and John não aquece nem arrefece. Ah! E há por aí alguém que conheça Motor e Shoabox?


Nada contra as bandas em si, mas dois grandes nomes não fazem valer um cartaz minimamente decente.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

[Multimédia] Antigo Edifício CLIP - Esquecido no Coração do Porto



A história deste edifício está cheia de peripécias. Primeiro pertenceu aos STCP, depois foi cedido ao CLIP (Colégio Luso Internacional do Porto) funcionando aí durante 10 anos. O colégio conceituado do Porto teve que sair com a requalificação de toda aquela zona do parque da cidade até à Foz. Terminadas as obras, o destino do edifício ficou incerto. Já se falou que se iria tornar numa casa de diversão nocturna semelhante ao LUX em Lisboa. Certeza é que quem escolhe aquela zona de lazer para passear ou fazer desporto se depara com um cenário deplorável. O prédio que outrora enchia-se com a vida de crianças está agora cheio de entulho, completamente degradado. É de certeza um caso urgente de cuidados intensivos.
Última notícia que vi foi esta. Todos os que adoram a cidade do Porto anseiam por um final feliz.

domingo, 10 de maio de 2009

[Cinema] Domino (2005)

Caçadores de recompensas, armas em punho, diálogos violentos, FBI e Máfia à mistura, uma mulher destemida que foge da beleza de LA para se tornar numa “bounty hunter”... 

Esta é a história de Domino.


Domino Harvey (Keira Knightley) é uma rapariga bonita que pertence à alta sociedade de LA e que, farta da sua vida, se torna numa caçadora de recompensas, juntando-se a uma equipa liderada por Ed Mosley (Mickey Rourke) e Choco (Édgar Ramírez). Em troco de dinheiro eles partem em busca de criminosos, procurados pela polícia.  Alguns problemas começam a aparecer quando dinheiro da Máfia é roubado e a equipa de caçadores participa num reality show produzido por Mark Heiss.

O realizador, Tony Scott, conhecido por filmes com uma estética particular e efeitos cinematográficos fora do normal, parece não querer fugir a esta regra com Domino. Todo o filme é pintado em tons esverdeados e está recheado de flashbacks que, após uma hora, se tornam confusos e, muitas vezes, díficeis de acompanhar.

O argumento ficou a cargo de Richard Kelly, responsável pelo famoso Donnie Darko.

O filme é baseado na verdadeira história de Domino Harvey, filha do actor Laurence Harvey. No entanto, nota-se aqui, uma adaptação da realidade um pouco ficcionada e romantizada.

É um bom filme que vale, essencialmente, pela excelente interpretação de Keira Knightley.  Para quem está habituado a vê-la vestida em roupa de época e dentro de histórias de princesas e castelos tem aqui, a oportunidade de assistir a uma mudança radical de estilo.

Só não se percebe como é que um filme, estreado em 2005, só chega às salas de cinema e clubes de vídeo em 2008. É pena que, em Portugal, a aposta no bom cinema seja constantemente adiada.


7/10

quinta-feira, 7 de maio de 2009

[Social] Queimar o quê???

Se há diversão?! Sem sombra de dúvidas...
Nunca tinha ido à queima das fitas em Coimbra e não hesitei quando recebi o convite.
Cheguei, e aquela animação foi logo contagiante. Pessoal novo, pessoal giro e pessoal engraçado.
Todos, ou quase todos, de copo, garrafa e até garrafão na mão. Porreiro pah (...) eu até gosto da pinga. Mas a verdade é que nem uma hora tinha passado e eu já tinha visto quatro ambulâncias em marcha de urgência. Não estava bêbeda garanto! Estava era estupefacta com a forma que cada um escolhe para comemorar as suas conquistas. Um canudo numa mão e, na outra, o cartão com o número de beneficiário para entregar à porta do hospital. Há com cada bebedeira que parecem duas, ainda para mais quando são proporcionadas pela própria organização...


No final pus-me a pensar eles queimam mesmo o quê???

quarta-feira, 6 de maio de 2009

[Cinema] O Meu Irmão é Filho Único


Dois ideais opostos, dois irmãos, quase duas décadas passadas.
Esta é a história de Mio Fratello e Figlio Unico.

Passado nas décadas de 60 e 70, Mio Fratello e Figlio Unico anda à volta de uma época na Itália marcada por grandes conflitos sociais, políticos e culturais.
Accio e Manrico são os irmãos representantes desses conflitos. Entre eles, existe uma relação que se traduz no típico amor fraterno e ainda, no ódio pelos diferentes ideais que cada um adopta.
Em toda a história existe uma aproximação a personagens que conseguissem representar um lado quase naíve e despropositado da política feita na altura.
Accio tem um espírito conflituoso e adopta uma postura fascista por intermédio de um amigo mais velho, ele acaba por nunca ser um verdadeiro fascista.
Manrico é o irmão mais velho, idealista e comunista apaixonado, atrai todas as atenções das mulheres e da população.
Entre os irmãos vai existir uma paixão pela mesma mulher que se intromete na relação de amor entre os dois mas nunca a dilui.
Quase duas décadas da história italiana são representadas neste filme e, Daniele Luchetti, consegue reproduzir a história de uma família, com lucidez, carisma e até com algum humor.
Elio Germano e Riccardo Scamarcio são os excelentes protagonistas de um filme para se ver e rever.

10/10





[Antevisão] "i" amanhã nas bancas


Chega amanhã às bancas o novo jornal do grupo Lena, o "i".


O novo jornal "i" representa um investimento de 10.4 milhões de euros e é dirigido por Martim Avillez Figueiredo, também ele accionista com 5% do capital.


O novo jornal do grupo Lena não sairá ao Domingo. A dinâmica quando editado entre segunda-feira e quarta-feira será diferente de quando editado entre quinta-feira e Sábado. Segundo Martim Avillez, o jornal terá “um formato igual ao do espanhol "ABC", será agrafado, terá menos 35 a 40 por cento das páginas dos outros jornais e deverá custar o mesmo que os outros jornais”. Será constituído por quatro secções, Radar, Zoom, Mais e Desporto e não terá suplementos. Apenas uma revista dedicada ao sábado, editada por Pedro Rolo Duarte


Ao longo das últimas semanas têm sido divulgados alguns vídeos relativos ao jornal. Dois exemplos:





Site: i num instante tudo muda

segunda-feira, 4 de maio de 2009

[Música] Crítica: Novos discos de Bruce Springsteen, Bob Dylan e Neil Young

Aproveitemos enquanto produzem a bom ritmo. Estes três registos mostram-nos três artistas, antes de mais, a divertirem-se. Dylan vive, Springsteen sonha e Young acelera.


Bruce Sprinsgteen - Working on a Dream - 8/10

Bob Dylan - Together Through Life - 7/10

Neil Young - Fork in the Road - 6/10


Num momento em que ainda se ressaca Magic, Bruce Springsteen volta a atacar. Ainda bem! Working on a Dream surge na sequência desse manifesto politico editado no final de 2006 e foi escrito durante a digressão de promoção ao mesmo.

É um registo menos rock e mais pop que o antecessor e, acima de tudo, mais alegre. Atente-se, por exemplo, à apoteótica “My Lucky Day”, certamente a faixa mais alegre de Springsteen em muitos anos. Em 2009 o Boss tem razões para se sentir no topo do mundo. Onde Magic era intervenção, Working on a Dream é diversão. Não o censuremos por isso.

O terceiro álbum desde que Springsteen se voltou a reunir com a E-Street Band - em 1999 - contém uma óptima colecta de canções. Começa com um épico muito Enio Morricone “Outlaw Pete”, que poderia estar inserida numa banda-sonora e termina com “The Wrestler”, faixa-título do filme protagonizado por Mickey Rourke e vencedora de um Globo de Ouro na categoria de “Melhor Canção”, em Cannes. Ambas são grandes canções, ideais para começar e acabar o disco. “My Lucky Day” – já nos referimos a ela – é uma obra-prima que só por si já justificaria mais um álbum de Springsteen – irremediável destaque para os saxofones de Clarence Clemons. “Queen of the Supermarket” regressa a um registo mais épico, tem voz feminina a acompanhar e é uma enorme canção. “Good Eye” é tão crua que soa estranha neste corpo de canções e “Tomorrow Never Knows” é uma curta faixa country. “This Life” e “Life Itself” – tanta vida, meu deus! – também trazem o melhor de Springsteen à tona.

Grande disco!


Together Through Life sucede um muito bem recebido Modern Times, disco de 2006, que trouxe de novo Bob Dylan à ordem do dia. Aos 68 anos, mestre Dylan pode descurar de certos pormenores para aprimorar outros. E é isso mesmo que faz neste Together Through Life, disco que nasce a partir de “Life is Hard”, curiosamente a faixa mais facilmente colocaríamos de fora do álbum. Não que seja uma má canção – não o é -, mas é a que mais se afasta de um imaginário fio condutor. A história é simples. O realizador francês, Oliver Dahan, pediu a Dylan para fazer uma canção para o filme My Own Love Song. A partir da canção Dylan construiu um álbum.

À primeira vista não parece, mas estas canções são simples. As letras são das menos cuidadas em toda a discografia do compositor, mas nem por isso deixamos de acreditar nelas. Para abrilhantar o disco, o “poeta” chamou gente com provas dadas como David Hidalgo (Los Lobos) e Mike Campbell (Heartbreakers) que marcam presença em quase todas as canções.

Normalmente não é fácil perceber Bob Dylan – a biopic I’m Not There prova-o magistralmente -, mas desta vez podemos arriscar: Dylan está apenas a divertir-se à grande.

Dissecar um álbum de Bob Dylan há muito que passou a ser um exercício de análise a cada canção, uma a uma. Façamo-lo às primeiras canções em jeito de exemplo. “Beyond Here Lies Nothin” começa com uma toada muito característica. O músico pouco canta na faixa de abertura. Os instrumentos respiram em toda a sua plenitude - há guitarra eléctrica, sopros e acordeão. “Life is Hard” levanta a fasquia numa toada mais clara e enternecedora. Sente-se o agradável pentear da bateria. “My Wife’s Home Town” puxa para a alcoólatra voz de Tom Waits e mostra, a par de “It’s All Good”, o músico a divertir-se como se tivesse menos 50 anos de vida. Há ainda elementos acústicos em “If You Ever Go To Houstoun” – a prova de que este é um dos discos menos preocupado com as letras de Dylan – e agradáveis violinos em “This Dream of You”.

O álbum é produzido por Jack Frost, pseudónimo de Bob Dylan. Aproveitemos enquanto nos dá notícias com regularidade.


Fork in The Road é fácil de explicar, mas difícil de conceber – pelo menos para o ouvinte casual. É um álbum conceptual sobre um carro eléctrico. Melhor: é um documentário em que Neil Young está a trabalhar e no qual guia o seu velho Lincoln Continental de 1959 – agora alimentado a energias renováveis – pela América até chegar a Washington. Este conjunto de canções é a música que lhe está associada. Mais um apelo, mais uma causa. Mais um álbum político, portanto.

Nada do que está aqui é absolutamente extraordinário, mas não é esse o grande propósito de Neil Young em 2009. Nesta altura da carreira aparecer nas listas de balanço anual é secundário para o músico. Aliás, se atentarmos à mais recente discografia do músico tudo isto passa a ser menos surpreendente ou bizarro. Living With War era um claro manifesto anti-bush, por exemplo.

Este álbum contém algumas das canções que o fã de Young (provavelmente) terá vergonha de mostrar aos amigos, mas que serve perfeitamente os propósitos do disco. Canções rock para ouvir na estrada, um disco capaz de nos fazer viajar sem sair do lugar. E esse é o maior mérito de Fork in the Road.

Refira-se que este álbum não tem sido muito levado a sério. É favor reciclar-se Sr. Young. Só para fãs.