segunda-feira, 18 de maio de 2009

[Música] Marés Vivas e Super Bock Super Rock já têm cartaz fechado

Marés Vivas

O cartaz do Festival Marés Vivas tem alguns problemas e muitas virtudes. Despachemos as coisas más.


Há uma gritante falta de nomes portugueses num cartaz que se diz fechado. Um festival português sem nomes portugueses corre o risco de perder alguma da sua identidade. Recorde-se que no ano passado Da Weasel e Slimmy subiram ao palco no mesmo dia. Outro problema prende-se com o alinhamento do evento em si. Por exemplo, os Kaiser Chiefs – uma banda de 2004 – são cabeças de cartaz no mesmo dia em que sobem ao palco os Primal Scream, banda do início dos anos 80 e com um estatuto incomparavelmente superior. Por fim, os Secondhand Serenade e os Keane parecem um pouco deslocados no dia em que estão inseridos.


Passemos às coisas boas. A mais óbvia é o preço. Há quanto tempo não tínhamos um festival com nomes deste gabarito a um preço tão em conta? São três dias de concertos por 38 euros – recorde-se que, por exemplo, os Kaiser Chiefs tocaram em nome próprio nos coliseus por 30 euros.


De resto, o cartaz é coerente e demonstra uma evolução relativamente à edição do ano passado que já contou com nomes como os Prodigy, Sisters of Mercy, Peter Murphy e James entre outros. Oportunidade para ver ao vivo os regressos de Lamb e Guano Apes e confirmar que bandas como os Kaiser Chiefs e Primal Scream ganham vida em palco.


Super Bock Super Rock

Há uma grande preguiça e alguns sintomas capitalistas na forma como foi escalado o cartaz do Super Bock Super Rock 2008. Dois dias, duas cidades – Lisboa e Porto. Tudo bem. A ideia parecia boa. O cartaz final é uma desilusão e confirma as pistas dadas no último ano, o Super Bock Super Rock está a morrer aos poucos.


Em Lisboa há The Killers como cabeças de cartaz. Senhores de uma boa reputação ao vivo, a banda de Brandon Flowers vem pela primeira vez a Portugal apresentar o medíocre Day & Age. Mas nem tudo é mau. Há dois antecessores discográficos para celebrar. O problema não está nos Killers. O problemas está em só lá estarem os Killers. Sim, Mando Diao é bom, mas não chega. The Walkmen são senhores de um estranho culto, Brandi Carlile passa por cá a vida e Duffy faz-se valer apenas de “Mercy”. Haja misericórdia para um cartaz tão fraco!


No Porto a coisa piora substancialmente. Os Depeche Mode são cabeças de cartaz absolutos. Trazem o fresquíssimo Sounds of the Universe na bagagem e – já se sabe – não desiludem. O pior vem depois. Os Nouvelle Vague chegam a fazer digressões nacionais e Peter Bjorn and John não aquece nem arrefece. Ah! E há por aí alguém que conheça Motor e Shoabox?


Nada contra as bandas em si, mas dois grandes nomes não fazem valer um cartaz minimamente decente.

1 comentários:

Breites disse...

São Soapbox e não Shoabox e é normal que não sejam conhecidos visto terem ainda agora ganhado o concurso SBSR Preload, e nem sequer terem um álbum gravado.
Não são esses que vão levar pessoas ao festival mas para criticar o cartaz nem devias falar neles... São gente nova à procura de uma oportunidade e que têm qualidade indiscutível. Aconselho-te a conhecer!

cumprimentos