domingo, 5 de dezembro de 2010

[Reportagem] Super Bock em Stock - 2º Dia


Ao segundo dia, a Avenida foi delas, das mulheres - de Maria Gasolina, mas, principalmente, de Janelle Monáe - fantástica, impressionante, imparável. Mas comecemos por Nuno Prata. Acompanhado por dois músicos, o ex-baixista dos Ornatos Violeta apresentou, no Cabaret Maxime, as canções de Deve Haver, o segundo disco a solo em que a guitarra acústica abraça as letras bem medidas e cuidadas.

Ouvimos quatro ou cinco canções e vemo-nos obrigados a subir à Sala 1 do São Jorge, onde os Junip de Jose Gonzales já tocavam canções pastorais. Era um dos concertos mais aguardados - sala cheia, à hora de início - e, talvez por isso, um dos que mais defraudou expectativas. Gonzales de guitarra em punho, vários instrumentos de percurssão e uma folk bonita, mas pouco encantatória.

Por esta altura, os Batida já caminhavam para o fim uma actuação seguramente explosiva, pelo que se tornava imperativo atravessar a estrada e entrar no Tivoli para arranjar um bom lugar - aproximava-se a hora de início do concerto de Janelle Monáe.

Fomos avisados: "Hoje vai fazer-se história!", disse-nos um dos membros do espectáculo teatral da artista. E fez-se. Janelle Monáe é artista de estúdio, mas também de palco. Dança, esperneia, salta, canta, representa e, mais que um concerto, oferece uma experiência. Algo para mais tarde recordar. Começou tal como no início do fabuloso ArchAndroid: Com "Suite II Overture", "Dance or Die", "Faster" e "Locked Inside". Atirou-se a "Smile", a canção favorita do Rei Michael Jackson e, antes do encore, entrega-nos os singles perfeitos que são "Cold War" e "Tighrope". Entretanto, à imagem de um concerto dos Flaming Lips, já tinhamos sido presenteados com confetes e balões. No encore, o momento da noite: "Come Alive", a canção mais incendiária de ArchAndroid, é apresentada e Monáe não poupa os pulmões e muito menos as pernas. Canta e dança em palco, junta-se ao público com "La La La's" em perfeita sintonia e, por fim, corre para palco, deita-se no chão, volta a dançar e a espernear para sair a correr de um palco que mais parece um manicómio. Santa maluqueira! Concerto do ano.

Com o cancelamento de Fujiya & Miyagi, à hora do fim do concerto de Monáe, já sou havia música no Maxime. A escolha desta vez era, portanto, óbvia. Maria Gasolina, ex-voz dos Bonde do Rolé aparece toda ela "garageira", para um concerto também ele explosivo. Já que superar hiperactiva Monáe era impossível, Gasolina contentou-se com o segundo lugar e ofereceu um fim de festa entusiasmante com muito rock n' roll e uma cover de "TNT" dos AC/DC à mistura. Sim, confirma-se: elas domina(ra)m!

Nota: A fotografia não corresponde ao concerto em questão.

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