quarta-feira, 14 de abril de 2010

[Reportagem] Hadouken! + Macacos do Chinês - 10 de Abril - Gossip

O quarto Secret Show da Optimus teve como protagonistas os Hadouken! E é ao quarto Secret Show que percebemos que a marca de telemóveis quer disparar em várias direcções – leia-se público-alvo. Outra coisa não seria de esperar. Em jeito de balanço: Mando Diao, Nelly Furtado e Tokio Hotel vieram – ou não, no caso da banda alemã – na altura errada. Os Mando Diao tornaram-se numa caricatura, Nelly Furtado agora canta (?) em espanhol e o fenómeno Tokio Hotel parece já ter vivido melhores dias. Os Hadouken! terão sido a aposta mais acertada - até ver.

Mas antes vamos ao grande concerto de abertura dos Macacos do Chinês. Depois de cinco minutos com alguns problemas técnicos e um desabafo: "a culpa não é nossa é do Bill Gates", a banda da Amadora lá arrancou. E entre as canções do bem sucedido álbum de estreia Ruídos Reais, tocaram "I Like To Move It” dos Reel To Real, “Gypsy Woman” de Crystal Waters e Skillaz cantou/”rappou” por cima de "Sad But True" dos Metallica. “Pessoa”, "Plutão", "Machadinha", "Fala Bem" e o inevitável (mas medíocre) "Rolling na Reboleira" foram recebidos que nem hinos. Numa curta, mas incisiva actuação os Macacos do Chinês lá devem ter angariado mais alguns fiéis para a sua causa que vai do hip hop ao londrino dubstep.

Já os Hadouken! não precisavam de se esforçar para ganhar a noite. Se o resultado do trabalho de estúdio não rende mais do que um ou dois bons singles – banda de singles pois então, bem ao estilo da grande referência da banda, os Prodigy. Logo na primeira canção ouvem-se as palavras de ordem: "Let's Get This Party Started!". Não foi preciso dizer mais nada. O público desatou aos saltos, a temperatura a aumentou e o Gossip tornou-sedemasiado pequeno para a banda britânica .

Aos Hadouken! não deve ter faltado uma infância feliz. Esta conclusão não resulta tanto da música que fazem – festiva até dizer chega –, mas sim na referência que fazem ao clássico dos videojogos que é Street Fighter. A infância feliz traduz-se em apelos a inúmeros wall of death, mosh, circle pit(s) e um conjunto de bizarrias a la Marilyn Manson, como cuspir água para cima do público. A plateia nem por isso deixa de tratar os Hadouken! como heróis - não deixa de ser irónico que tenha sido a própria banda a arremessar "armas" para cima da plateia, no caso uma lata de (supõe-se) cerveja. Houve espaço para os dois álbuns, Music For Accelerated People, o de 2008 e For The Masses, o deste ano, e ainda para uma cover de "Song 2" dos Blur, demasiado colada à original.

No fim da noite conclui-se: os Hadouken!, à imagem dos Prodigy, foram feitos para andar na estrada e a música que produzem em estúdio não é mais que um pretexto para andarem em digressão sem se fartarem de si mesmos. Apesar dos incessantes pedidos do público, não houve encore.

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