segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

[Reportagem] Devil In Me + Reality Slap + Pussy Hole Treatment, 12 de Fevereiro @ Musicbox

Sabemos que um concerto de punk/hardcore puxa-nos para um termo mais delicado para o descrever – “motim” fica sempre bem, por exemplo. Porque o que os amantes deste estilo fazem é reclamar com o que está mal, lançar farpas e festejar o momento. Foi o que aconteceu no Musicbox, não só com os Devil In Me, mas também com as duas jovens bandas que os antecederam, os Reality Slap e os Pussy Hole Treatment.

O mosh incluiu pranchas de bodyboard, saltos "suicidas" do palco, death wall, circle pit, o comum num concerto de hardcore, seja no Musicbox ou num grande festival. As duas bandas de abertura cumpriram a função de aquecer as hostes para o que viria a ser um grande concerto dos Devil in Me.

"Estão a ouvir o som desta guitarra? É o som de uma geração que já está farta que lhe digam o que vestir, o que comer e o que fazer!" Estas são as primeiras palavras que ouvimos da boca de Poli, a voz dos Devil In Me, que não parou quieto um segundo. A banda incita um público que pouco precisa de incentivos para fazer a festa, mas que sem um motivo não estaria ali presente. O motivo são os Devil In Me. O pretexto para esta festa hardcore foi o lançamento de um DVD e um EP com versões – "não covers, que os Devil In Me não estão aqui para fazer dinheiro com música", reclamou Poli. A banda interpretou duas das versões incluídas no EP - "Fiend Club" dos Misfits e "Anchor" dos X-Acto, esta com participação especial de Sérgio, ex-guitarrista da “mais importante banda hardcore nacional de sempre”.

Em todo o resto foi um desfilar de canções bem conhecidas por uma minoria que aproveitou mais um pretexto para se juntar e celebrar qualquer coisa, mesmo que seja "apenas" o momento, o facto de estarem ali e em mais lugar nenhum. Sem encore, porque aqui “não há encores” – frase de Poli, pois claro.

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