O concerto d'Os Quais no Fórum Fnac do Chiado inserido na Festa da Música da Fnac foi uma rara oportunidade para ver Tomás Cunha Ferreira e Jacinto Lucas Pires juntos, no que toca a espectáculos ao vivo.
De guitarra acústica em riste, os dois músicos apresentam-se em palco para a primeira de várias canções novas apresentadas, "Duas Imagens". Tomás trata dos pormenores a que Jacinto não pode acorrer, por estar ocupado a dar voz a esta música tão portuguesa. Segue-se "Recado", mais um inédito, com assobio a condizer.
Nesta altura, o público já está rendido às qualidades evidentes do duo. "Questionário Singular" é dedicada a Samuel Úria – músico da FlorCaveira –, que, segundo Jacinto, é a única pessoa que não gosta de Barack Obama. Há sons espaciais que enfeitam a canção.
As letras são bizarras e carregam uma portugalidade intrínseca que combina na perfeição com a cultura pop dessas mesmas letras. Já conhecemos a canção que se segue, "Bife no Chiado" – há quem assobie a melodia da canção. Com "O Copo", Pedro Lucas, membro d'Os Velhos, vem ao palco tocar bateria acústica, numa canção em que também participa em disco.
Muito bem recebidos por um repleto Fórum Fnac, Os Quais deram um belo concerto, em que combinaram na perfeição os temas mais antigos com os novos. Nem alguns problemas com o Omnicord estragaram o espectáculo. A diversão em palco foi visível e quem achou que "Caído no Ringue" fecharia o concerto, enganou-se. A banda nem chegou a sair do palco. O encore trouxe um último tema, "Bandeira", e uma certeza, Os Quais vão longe.
Imagem: Fernando Teixeira
Texto: Pedro Arnaut
terça-feira, 30 de junho de 2009
[Música] Foto-Reportagem d'Os Quais ao vivo na Fnac-Chiado
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sexta-feira, 26 de junho de 2009
[Música] - Longa vida ao rei
De jovem talentoso a rei da pop, Michael Jackson marcou gerações de músicos, fabricou um cojunto de obras-primas e inventou um estilo, o estilo Michael Jackson. Morreu ontem, na sua residência, na Califórnia, vítima de uma paragem cardíaca.
Miguel Esteves Cardoso escreveu uma vez na sua coluna do então semanário Blitz, em 2004, que, quando lhe pediam para recomendar o disco de um artista indicava, para começar, um álbum menos mediático na carreira discográfica do visado. Com Michael Jackson é impossível. De Got To Be There ao pouco consensual Invincible, passando pelos inevitáveis Off The Wall, Thriller e Bad, Jackson deixou um legado impossível de omitir.
Mas a carreira de Michael Jackson não se pode resumir aos seus discos a solo. Antes, com os Jackson Five, marcou uma época na Motown, a mais importante editora de música negra dos anos 60 e 70. Com nomes tão importantes como Louis Armstrong, Ella Fitgerld, Nat King Cole, Marvin Gaye ou as Supremes de Diana Ross, os cinco Jackson's tornaram-se um sucesso de vendas com canções como "I Want You Back" e "I'll Be There" a tornarem-se clássicos instantâneos.
Em 1975, os Jackson Five deixaram a Motown e passaram a chamar-se apenas The Jacksons. Michael torna-se no principal compositor do grupo e canções como "This Place Hotel" e "Can You Feel It?" confirmaram, Michael Jackson tinha "qualquer coisa". A partir dos The Jacksons, a carreira de Michael disparou. Off The Wall preparou terreno para Thriller, aquele que muitos consideram ser o álbum mais importante do século XX. Canções como "Thriller", "Billie Jean" e "Beat It" estão por toda a parte. Se os Beatles inventaram a pop, Michael Jackson actualizou-a.
Nem os escândalos que assombraram o músico nos últimos tempos conseguiram demover os imensos fãs de Jackson que hoje choram a sua morte. Para o provar basta recordar que, em Março, quando anunciou um conjunto de 18 datas, em Londres, a corrida aos bilhetes foi tão fervorosa. que o músico foi obrigado a alargar para 50 o número de espectáculos.
Tal como o rei do rock Elvis Presley, Michael Jackson, o rei da pop, não morreu, é eterno. Celebremos o seu legado.
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domingo, 21 de junho de 2009
[Música] - Brevemente foto-reportagem d'Os Quais ao vivo na Fnac
Estivemos na Fnac do Chiado para assistir ao concerto d'Os Quais inserido na Festa da Música da Fnac. A foto-reportagem estará disponível durante a semana.
Publicado por Pedro Arnaut à(s) 20:48 0 comentários
quarta-feira, 10 de junho de 2009
[Entrevista] - O Maquinista

À primeira vista, o nome deste projecto não ficaria mal como título de um álbum dos Hipnótica. Como surge o nome para este projecto, O Maquinista?
Não ficaria mal não. Mas este projecto surgiu de forma mais solitária tendo os textos como núcleo, ao contrário do método de composição dos Hipnótica, em que as letras surgem para ilustrar uma música, um ambiente composto colectivamente. O nome foi escolhido de uma lista de opções e acabou por ficar porque nos transporta para várias interpretações, de maquinaria, de passado, de futuro, de percurso, de operador de máquinas, de condutor…É um nome muito ligado ao que exprimo nos textos, entre ficção e realidade.
Porquê a necessidade de enveredar por um projecto a solo?
Não foi propriamente uma necessidade, foi mais uma conjugação de factores, passei por um período bastante produtivo em termos de escrita, depois comecei a fazer experiências com a voz gravada. Acrescentei ambientes musicais como banda sonora e quando tive consciência deste processo, que foi bastante vertiginoso, tinha um álbum nas mãos. Acabei por "expelir" um lado meu que normalmente se extingue na escrita e quase sempre tem como destino a gaveta.
No Myspace aponta referências que vão de Tom Waits a David Lynch passando por locais como o Rio de Janeiro e Lisboa. Como é que tudo isto influencia o disco?
São influências que me ajudaram a tornar no que sou como pessoa, algumas mais directamente outras mais do ponto de vista de influência artística. Lisboa e Rio de Janeiro são duas cidades muito distintas e com as quais tenho uma relação muito forte. Foram as cidades onde vivi e onde tive experiências inesquecíveis, principalmente o Rio de Janeiro onde passei toda a minha adolescência. Depois surgem nomes da literatura, do cinema e da música que são os meus pilares e a partir dos quais tudo de desenvolve. O Maquinista move-se em territórios onde a realidade e a ficção perdem o seu sentido e fundem-se como numa jornada por uma montanha russa de acontecimentos.
Até que ponto este registo se distancia do trabalho dos Hipnótica?
Primordialmente porque é um trabalho criativo solitário e que parte das palavras, e tudo o resto, a musica, as fotografias, as ilustrações e o vídeo foram criados para servir às palavras. Acaba por ter alguns pontos de ligação, pois é indissociável o trabalho de quem o cria, mas isso é normal. Acho que é um projecto complementar aos Hipnótica e que tem espaço para um convívio paralelo ao trabalho da banda.
Acredita que a Internet será a salvação das bandas do século XXI?
A Internet é a salvação das bandas do século XXI, a Internet é a perdição das bandas do século XXI, salve a Internet!
Publicado por Pedro Arnaut à(s) 11:58 1 comentários
segunda-feira, 8 de junho de 2009
[Reportagem] A Silent Film - Fnac Colombo - 6 de Junho
Aproveitando a festa de apresentação do Optimus Alive! 09, os A Silent Film prolongaram a sua estadia em território nacional para continuar a promover o seu primeiro álbum de originais, The City That Sleeps, em dois pequenos concertos Fnac – Colombo e Cascais.
Apresentando-se com 50 por cento da formação original – voz/teclados e uma guitarra -, os A Silent Film deram um pequeno concerto intimista. Nas poucas canções apresentadas, saltam desde logo à vista influências de Radiohead Por vezes, quando agarrado às teclas, Robert Stevenson, o vocalista, quase se confunde com Thom Yorke, o líder dos conterrâneos e supracitados Radiohead.
Em estúdio e num outro formato que não o apresentado neste mini-concerto acústico, há guitarras que soam a Editors e, claro, os Radiohead são pano de fundo.
O duo agradeceu num português perfeito e promete voltar com uma formação totalmente composta para o concerto no Optimus Alive, no dia 11 de Julho, no Palco Super Bock.
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quinta-feira, 4 de junho de 2009
[Reportagem] - AC/DC + Mundo Cão + Vicious 5 - Estádio Alvalade XXI - 3 de Junho
Young para sempre
Quase cinco horas antes do concerto, as filas já se propagavam de dezenas ou mesmo centenas de metros. Os fãs, trajados a rigor, com t-shirts e outro tipo de merchandising, com destaque para os cornos do “Demo”, com o carimbo AC/DC.
Por esta altura abriam-se as portas e os primeiros fãs espalhavam-se em frente ao palco. Objectivo: primeira (s) fila (s).
À hora marcada para o início do espectáculo ouvia-se “devem-se ter atrasado no comboio”. Nada disso. Quando, após um fantástico vídeo de introdução, surgem os primeiros acordes do mais recente hino “Rock N’ Roll Train”, percebe-se que as saudades já eram insuportáveis e não há como esconder a emoção de voltar a ver (pela última vez?) os cinco australianos em cima de um (enorme) “palco português”.
Brian Jonhson e Angus Young, as faces mais visíveis da banda, surgem iguais a si mesmos. O vocalista demonstrou-se altamente bem disposto e extremamente comunicativo. O guitarrista surgiu com a inconfundível farda colegial e agarrado à guitarra – impressionante que, com apenas três acordes, Angus Young se tenha tornado um verdadeiro deus da guitarra.
Os clássicos surgem com naturalidade. “Back in Black” é demolidora, “Thunderstruck” começa a ser anunciada pelo público antes mesmo da guitarra de Angus Young se fazer ouvir, “You Shook me All Night Long” é canta em uníssono e “Let There Be Rock” prolonga-se em solos até mais não – foi, diga-se, o momento alto de Angus, que acabou no centro do relvado sustentado por uma estrutura circular.
O aparato técnico é colossal. Há um sino no topo do palco – que viria a anunciar “Hell’s Bells” –, pirotecnia e, quase a acabar, uma boneca insuflável gigante. Para intervalar os clássicos de sempre, os australianos “despacham” os temas novos com inquestionável classe. Destaque para “War Machine” e “Anything Goes”.
Em encore, já depois de um mui celebrado strip, Angus Young, surge de debaixo do chão – qual demónio infernal! – e “desata” o primeiro riff de “Highway to Hell”. A noite acabaria com “For Those About to Rock (We Salute You)”.
Para os mais cépticos, o concerto de Alvalade foi a prova de que 36 anos depois da sua formação, os AC/DC continuam com a mesma intensidade dos primeiros temas. Histórico.
Na primeira parte, entraram os Vicious 5 primeiro - atendendo à recepção das duas bandas de abertura, faria mais sentido colocar os Mundo Cão a começar. A banda tem uma boa colecção de riffs, mas Joaquim Albergaria e companhia demoraram a aquecer. Não estando mal já os vimos fazer melhor.
Por seu lado, os Mundo Cão não tiveram a melhor das recepções. Alguns problemas de som não ajudaram, para além de que o negrume dos riffs pesadões e das letras mórbidas não encaixa bem numa tão vasto festim. O público teve nota claramente negativa - por ignorância relativamente à banda ou por uma ansiedade pouco esclarecida pelos AC/DC. Grandes canções como "Ordena que te Ame" ou "Divã de Tule" ficam à espera de uma melhor ocasião para brilhar.
Nota: A foto não corresponde ao concerto visado.
Publicado por Pedro Arnaut à(s) 14:12 0 comentários
terça-feira, 2 de junho de 2009
[Antevisão] AC/DC amanhã no Alvalade XXI
Os australianos AC/DC actuam amanhã pela segunda vez
Os AC/DC são uma verdadeira instituição rock, tendo iniciado actividades em 1973. Depois dos clássicos High Voltage e, sobretudo, Highway to Hell, a banda viria a perder o vocalista Bom Scott em Fevereiro de 1980. Já com Brian Johnson no grupo os australianos lançariam Back in Black, um dos discos mais vendidos de sempre.
No final de
A reportagem na 5ª feira, dia 4.
Publicado por Pedro Arnaut à(s) 20:03 0 comentários