segunda-feira, 14 de março de 2011

[Crítica] James Blake - James Blake

Interessante a forma como o Dot Music começa por abordar o álbum de estreia de James Blake - depois de três eps que criaram um micro-fenómeno. Na mesma altura em que Mike Skinner - também já foi o maior, lembra-se? - diz adeus enquanto The Streets, Blake estreia-se com um disco homónimo em que a aclamação crítica e pública são unanimes. Ora, Skinner, no já longinquo ano 2002, apareceu vindo das ruas londrinas para criar uma nova linguagem à qual se convencionou chamar grime. Skinner enquanto The Streets era sinónimo de grime, era o primeiro nome que nos vinha à mente quando juntávamos as letras "G", "R", "I", "M" e "E". De Blake diz-se que pode estar a inagururar uma nova corrente estética - um pós-dubstep em que vozes manipuladas se fundem com os subgraves da linguagem londrina. Grime, Londres, dubstep, The Streets e James Blake - tudo certo.

James Blake, o disco, é composto por ecos, silêncios e um uso (e abuso) de efeitos vocais - auto-tune, reverb, vocoder, etc. É intenso, Blake mantém a voz sempre no limbo, voz essa que, diz o próprio que vai buscar influências a Joni Mitchell e Justin Vernon (mais conhecido por Bon Iver), mas que também assume semelhanças com o registo de Antony Hagarty (dos Antony and the Johnsons). De resto, a voz (ou a sua presença) é a grande novidade dos eps para o disco de estreia, um álbum orgânico e que pertence claramente a este tempo.

Entre as máquinas e o piano, James Blake, um puto de 22 anos, despe-se e coloca-se a jeito. Pós-dubstep? O tempo o dirá.

7/10


2 comentários:

Lys disse...

Okay... Parece que aproveitaste a review para dizer, basicamente, que o Skinner vai deixar saudades... lol...

Qto ao álbum do Blake... É intenso... Futuristic soul como já ouvi dizer... Mas é esperar para ver...

Pedro Arnaut disse...

O Skinner que vai deixar saudades é dos primeiros discos, ou seja, por aqui já se sente saudades do Skinner há alguns anos ;)