quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Discos do Ano - 1º: Janelle Monáe - ArchAndroid


Agora que as oportunistas (Duffy, Adele e afins) desapareceram tão rápido como apareceram, agora que a soul já não é uma moda capaz de encher estádios e Amy Winehouse já não aparece todo o santo dia nos tablóides britânicos, agora, meus caros, é a altura certa para Janelle Monáe se mostrar. Arch Android vai a todas - tal é fácil notar logo à segunda canção (a primeira é a intro), "Dance or Die": spoken word do grande Saul Williams, baixo pulsante, Monáe a esgrimir rimas pedidas de emprestado ao hip hop e um caos sónico que culmina num solo ácido. Já ganhámos o dia, mas há mais. Há jazz, funk, r&b, soul (muita soul) e rock psicadélico. Monáe quis fazê-lo em grande e foi isso mesmo que fez. Na primeira metade é uma artista em estado de graça, um conjunto de canções pop perfeitas. A segunda metade é um objecto estranho, menos entusiasmante, mas nem por isso menos bom. É como se a primeira metade fosse uma explicação teórica, mas positiva desse Mundo que é referenciado algures em 3005 (!), e a segunda metade fosse a explicação prática. Um "Ok! Isto não é assim tão bom, pelo contrário, é terrivel e não há grande volta a dar”.

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