quarta-feira, 29 de julho de 2009

[Entrevista] - Blood Red Shoes: “Usamos a banda como um veículo de transmissão de ideias”

São uma das principais atracções do Festival Paredes de Coura e uma das novas promessas do rock mais duro. Sobem ao palco principal do evento no dia 31 de Julho, o dia de Nine Inch Nails, e prometem espalhar o caos.

Ambos tinham projectos antes dos Blood Red Shoes. Como se conheceram?

Conhecemo-nos através das nossas antigas bandas. Ambos gostávamos das bandas de cada um e fomos vê-las. Lembro-me de obter o e-mail da Laura-Mary num espectáculo e de falarmos sobre as bandas que gostávamos e do estilo de vida que gostariamos de levar - que seria entrar em bandas de rock. A minha banda acabou e a Laura sugeriu que tentássemos fazer alguma música juntos. Acabou por ser uma boa experiência, apesar de sermos pessoas completamente diferentes.

Pergunta óbvia: como surgiu o nome Blood Red Shoes?

Se realmente acham isso interessante, vejam no Wikipedia. Não faço ideia de como os Nirvana arranjaram o nome nem me interessa. Acho que a maioria das pessoas também pensa o mesmo de nós.

Na imprensa têm vos ligado a duos que apareceram na ultima década como os Raveonettes, White Stripes ou mesmo os Ting Tings. Detectam algum tipo de ligação entre essa música e a vossa?

O tipo de imprensa que escreve sobre isso estão a ouvir com os olhos e não com os ouvidos. Não temos qualquer ligação com essas bandas. Algumas pessoas são tão limitadas de pensamento que mal vêm um rapaz e uma rapariga pensam logo que somos iguais a todos os outros. Se alguém ouvisse dez segundos da nossa música com os olhos fechados, nunca nos comparariam com essas bandas.

Dizem que bandas como Pixies, Sonic Youth, Nirvana e Queens of the Stone Age são as vossas reefrências. São os anos 80/90 a vossa referência?

Sem dúvida que os anos 90 são uma parte da nossa música. Sou um fã de música, como grande parte das pessoas em bandas. Escavamos constantemente de modo a descobrir novas coisas para ouvir, seja de agora ou dos anos 50. Mas, no geral, ambos adoramos música dos anos 90 e foi o estilo punk/rock que despertou a nossa atenção. Também somos atraidos por coisas como Stooges ou punk dos anos 70, ou bandas recentes como q and not u.


Novo álbum


È verdade que se deixaram influenciar pelo Justin Timberlake? Será o seu lado mais sexy?

Toda a música tem sexo de uma forma ou de outra. O Justin Timberlake é sexy, mas também Stooges e Queens of the Stone Age o são!

Estiveram presentes em campanhas anti-fascismo e actuaram em festivais feministas. Utilizam a música como forma de espalhar ideias?

A música pode significar muita coisa para muitas pessoas. É algo popular e há muitas mais pessoas a ouvir música do que a ler livros sobre politica ou a irem a encontros anti- -fascismo. Portanto, penso que é um bom meio para divulgar este tipo de coisas. Nas nossas músicas não abordamos esses temas de forma clara, talvez uma vez por outra. De uma forma geral, acho que usamos a banda como um veiculo de transmissão de ideias mas não as nossas músicas.

Comandam o vosso próprio negócio. Estará a indústria musical a morrer?

Claro que não. É totalmente mentira, coisas perpetuadas por pessoas de fato e gravata qe têm medo de perder os seus empregos devido à má gestão que têm aplicado nos últimos 50 anos. A música existe desde os primórdios do tempo, nunca desaparecerá, tal como todas as outras artes, faz parte da natureza humana. Vão existir sempre músicos e pessoas prontas a ouvir música. Lá porque o ramo das editoras não possa interferir no processo, não quer dizer que alguma coisa esteja a morrer, quer dizer que as coisas estão a evoluir, e, quanto a mim, para melhor. Vivemos num mundo capitalista, onde os músicos têm de ganhar dinheiro de modo a continuar a produzir música, especialmente para quem se dedica exclusivamente a este negócio. Há muitas formas de fazer isto. Os músicos e os fãs são aqueles que poderão ganhar mais quando as editoras chegrarem ao fim…Acreditem!

Estão a pensar num novo álbum?

Sim. Estou a responder a esta entrevista a partir do estúdio em Liverpool onde estamos a gravar o novo álbum. Sairá em Janeiro de 2010, mas haverão singles e videos entretanto. Estou desejoso. É um passo em frente em relação ao primeiro álbum, definitivamente mais pesado e obscuro a nível de som e um maior desenvolvimento nas músicas. A qualidade das músicas é melhor que nunca, temos tido muitas ideias. Quero que este álbum rebente com a cabeça de todos, e mate todas as coisas de guitarras indie fracas.

Tocaram o ano passado em Lisboa. Que expectativas têm para este concerto em Portugal?

Estivemos ai apenas uma vez, mas todos se mostraram bem animados, logo esperamos o mesmo desta vez. Queremos levar algumas pessoas para cima do palco e enervar os seguranças um bocado. Causar o caos!

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