
Não é necessário esperar muito para Walking on a Dream mostrar o conjunto de intenções que motivam estes australianos. Assim, logo à primeira faixa, “Standing on the Shore” a toada começa por remeter para os conterrâneos Cut Copy para, logo a seguir, desabrochar numa pop muito solarenga via MGMT – falsetes a rodos incluídos. O problema de Walking on a Dream é que esses mesmos falsetes soam forçados e irritantes e a mistura de estilos, mais ou menos dançáveis, varia entre uma new-wave marreca e uma electro-pop aquosa e pouco entusiasmante.
Há bons pormenores como a passagem de "Half Mast" para "We Are The People" que, para além de dinâmica, é entusiasmante ou o delicioso instrumental, "Country" – não conter registo vocal ajuda muito. Mas todo o resto soa demasiado forçado ou perro – "Swordfish Hotkiss Night" podia ter sido produzida por Timbaland e, a terminar, com "Without You" quase ouvimos Peter Murphy a gritar "presente (!)", o que não faz qualquer sentido.
Resumindo: pop veraneante, melódica e passageira, proveniente de um país que só agora se começa a habituar a estas andanças mais dançantes – e isso nota-se.
4/10