sábado, 14 de agosto de 2010

[Crítica] The National - High Violet

Há qualquer coisa nos chamados "mais esperados do ano" que, normalmente, os torna menores do que aquilo que antecipávamos. Se no cinema nem sempre os "mais esperados" são-no pelas melhores razões, na música a expectativa aumenta quanto melhor for o clássico (ou clássicos) que ficou lá atrás. Os "mais esperados (ou antecipados) ”, referíamos, raramente cumprem as expectativas - precisamente porque estas estão lá em cima, bem altas e a banda num pedestal inalcançável. É por isso que High Violet é especial: vence inapelavelmente o jogo das expectativas (altas, muito altas).

O quinto disco dos norte-americanos é uma pequena maravilha - sim, é superior a Boxer, por mais incrível que Boxer seja (e é). Mas atenção: as principais premissas mantém-se. Aliás, os National não tinham muito que escolher, restava-lhes voltar a fazer mais um conjunto de canções perfeitas - com "Terrible Love", "Anyone's Ghost", "Afraid of Everyone", "Bloodbuzz Ohio" e "Conversation 16" - tudo grandes, grandes, enormes canções - à cabeça. O quinteto de Brooklyn volta a dar uma enorme preponderância à bateria e, desta feita, há Nick Cave na voz de Matt Berlinger para além dos já conhecidos tiques à Stuart Stapples (Tindersticks) e Ian Curtis. Os National chamaram Sufjan Stevens à equação, mas nem era necessário. Mesmo sem o autor de Illinois, o álbum continuaria a roçar a perfeição.

High Violet é o disco que confirma os National como uma certeza absoluta e o segundo clássico instantâneo na carteira de uma banda especial.

9/10


3 comentários:

Alexandre Pereira disse...

Mais uma muito boa crítica!

Eu pessoalmente tornei-me fã incondicional após um (quase) perfeito Boxer. Mas os álbuns que vêm de trás são igualmente muito bons, mas à sua maneira. Mais calmos, mais acústicos mas com lindas melodias.

Deste esperava-se muito e chegou lá. Um disco também ele muito bom, igualando e às vezes até superando em certas músicas o seu antecessor. Os The National são, efectivamente, grandes!! :D

Abraço

João Pedro Cordeiro disse...

Boa crítica. Pessoalmente e, mesmo adorando a banda já desde o Boxer, é sem dúvida o álbum que mais gosto. Acima de tudo, por o considerar mais coeso que o anterior. O que, convenhamos, não é propriamente fácil. Ou, pelo menos, não seria. Os National, para mim, conseguiram-no. O álbum do ano, não fosse um senhor chamado Sean Carey.

Pedro Arnaut disse...

Álbum do ano, de facto. Este e o da Janelle Monae.