Passam-se agora cinco anos desde a edição de American Idiot - o mui épico disco que colocou os Greenday mais perto do céu e mais longe do «punk-rock» açucarado que caracterizara os discos da banda até aí - e oito ou dez desde o último e único concerto da banda em Portugal. 21st Century Breakdown, último disco da banda de Billy Armstrong, tem meses. Foi esse o grande pretexto para o concerto no Atlântico.
O oitavo disco dos Greenday, embora o conceito seja o mesmo, anda longe dos melhores momentos de American Idiot mas ganha uma dimensão enorme ao vivo. As boas canções do disco são, aliás, despachadas logo no início: o tema título, "Know Your Enemy" e "Before The Lobotomy". No outro lado, "Song of The Century" – o nome é uma heresia, mas a canção funciona mais como uma introdução que como documento musical, pelo que tem desculpa –, ”East Jesus Nowhere", “Static Age", "American Eulogy”, “21Guns", canções menores que desequilibram o disco.
Se o novo disco divide os fãs - já American Idiot o tinha feito anteriormente e em proporções bem mais significativas -, já clássicos como "Welcome To Paradise", "She", "Jaded", "Basket Case", "Minority" e - porque não? - "Jesus Of Suburbia" são recebidos como verdadeiros hinos que são.
Depois há Billy Armstrong, puro entertainner que puxa pelo público – de uma forma literal, mesmo para cima do palco –, experimenta os adereços mais ridículos - muitos estão disponíveis numa rua do Bairro Alto (à noite) bem perto de si -, recruta guitarristas - um miúdo de 17 anos tocou meia "Jesus Of Suburbia" - e vocalistas - um outro miúdo assassinou "Brain Stew".
Goste-se ou não, os Greenday são hoje uma das grandes máquinas rock, tanto ao vivo como em estúdio – há quanto tempo não falham um single, independentemente da qualidade dos mesmos? Ainda poderão ser tratados como um fenómeno «punk»? Pouco, muito pouco. Tornaram-se demasiado grandes para se esforçarem em cheirar mal e em usarem roupas demasiado gastas.
Nota: A foto não corresponde ao concerto em questão
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