Olhamos para a capa de Monsters of Folk e lembramo-nos que há muito, muito tempo, um conjunto de músicos sob a denominação de Crosby, Stills, Nash & Young fabricou alguns dos melhores objectos musicais da década de 70. O conceito aqui é mais ou menos o mesmo.
Partimos de uma outra questão para expor o problema: O que acontece quando se juntam M. Ward, Conor Oberst e Mike Mogis – ambos dos Brigth Eyes – e Jim James – estrela mor dos My Morning Jacket? Provavelmente o comum dos mortais pensaria num milagre como produto final, certo? Já lá vamos.
A questão não é assim tão linear. Acima de tudo, há que ter em conta as expectativas. E como eram altas as expectativas…! "Dear God", a abrir o disco, começa com uma surpreendente batida «trip-hop» e melodia trauteada em falsete. É uma grande canção. "Say Please" é uma canção alegre, hino de Verão com tudo no sitio – incluindo maravilhosos solos de guitarra. "Temazcal" tem lá dentro os Spiritualized do último Songs in A&E (elogio) e "His Master's Voice" tem falsetes à Fleet Foxes, sensação «folk» do ano passado. "The Right Place" é monumental, a canção do disco e uma das que marcará de 2009. Há ainda canções muito interessantes como "Man Named Truth", "Goodway", "Losin Yo Head" e "Sandman, The Brakeman & Me" e "His Master's Voice", mas nada que nos faça colocar este disco como um dos discos maiores da década. E era nessa categoria que Monsters of Folk deveria estar.
O talento dos quatro músicos é inquestionável. Não existe sobreposição de egos e isso é de louvar. Provavelmente será tudo uma questão de expectativas. No fundo, o que causa mais confusão é mesmo o nome do projecto.
7/10
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