Algo de diferente se nota no universo pop/rock quando no espaço de 11 meses são editados três discos com elevado grau de megalomania. O primeiro é óbvio, Chinese Democracy, disco fantasma que afinal não o é. O segundo é 21st Century Breakdown dos Greenday, o difícil sucessor do super épico "American Idiot". E agora os Muse com este Resistance. Neste campo, esqueçam o segundo disco dos Grizzly Bear e o terceiro dos Kasabian. Não entram para estas contas.
Meses antes da edição do álbum, já o burburinho era enorme. Os primeiros vídeos dão conta de algumas experiências bizarras que – sabemos agora – nunca estiveram relacionadas com o produto final. Depois veio "United States of Eurasia", canção que não tem apenas a marca de água dos Queen. Já há vídeos que fazem uma curiosa montagem entre a canção dos Muse e "We Are The Champions", de Freddie Mercury e companhia. Por fim, é editado o primeiro single, "Uprising", provavelmente, o pior single de sempre dos Muse. A canção começa com teclados sombrios arrastando-se até um refrão extremamente catchy, ao qual sucede um riff banal ali colocado às três pancadas. Mas que belos mediadores de expectativas se revelavam estes Muse.
Sejamos pragmáticos, o quinto disco dos britânicos está ao nível das mais ambiciosas óperas rock. Mas é muito mais que isso. É uma revisão da matéria dada ("Resistance"), é épico ("Unnatural Selection") e tem os Queen como porta-estandarte para atingir a imortalidade (a já referida "United States of Eurasia"). Falta o derradeiro acesso de megalomania, uma sinfonia composta por três partes que fecha o disco de forma completamente inesperada.
The Resistance é o disco mais ambicioso do ano. A ambição é tão desmedida que a muito Timbalandiana "Undisclosed Desires" chega a passar ao lado de qualquer tipo de surpresa. No fim, os Muse podem cambalear, mas não caiem.
6/10
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