segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Festival Sudoeste: Flaming Lips, M.I.A., Friendly Fires, DJ Shadow e Mike Patton vêm aí

O cartaz está longe de ser consensual, mas nem por isso a 14ª edição do Festival Sudoeste deixa de ser a mais interessante dos últimos cinco anos - já lá vai longe a saudosa edição de 2005 que trouxe Kasabian, Oasis, LCD Soundsystem, The Kills, Dinosaur Jr, Doves, Thrills entre muitos outros projectos com algum ou pouco interesse. Há coisas muito desinteressantes no cartaz 2010: Sugababes, David Guetta, James Morrison e Colbie Caillat... haja paciência para tanta coisa chata. Mas há um outro (e muito interessante) lado: Friendly Fires, Mike Patton, Flaming Lips, M.I.A., DJ Shadow e uma bela representação portuguesa liderada pelos excelentes Orelha Negra e Diabo na Cruz. Vamos ao que interessa. Logo no primeiro dia a sério, o 5 de Agosto, dois cabeças de cartaz de luxo: M.I.A. e Flaming Lips. A primeira traz o seu caldeirão de estilos, em que se incluem baile funk, hip hop, kuduro e tudo o mais que quiserem lá meter - ela não se importa - que a tornam um dos maiores ícones do nosso tempo. O novo álbum, MAYA, não é consensual, mas há um passado a celebrar - dois discos quase perfeitos que deverão ser revistos numa actuação que se espera intensa. Já os Flaming Lips são mais que uma certeza. São uma das melhores máquinas de palco da actualidade - os relatos e vídeos desta digressão mostram-nos uma festa feita de serpentinas e bolas gigantes, para além de grandes clássicos e alguns novos temas da banda - nos quais se destaca o fenomenal "Sparrow Looks Up the Machine". O momento áureo de DJ Shadow já lá vai - algures em 1996, aquando da edição do clássico Entroducing..., mas o novo espectáculo - o youtube documenta-os, mais uma vez - e o seu legado são razões mais que suficientes para uma romaria à Zambujeira do Mar. Mike Patton é Mike Patton e só esse facto já pode ser considerado valor acrescentado. O espectáculo que trás ao Sudoeste 2010 é bem diferente daquele que trouxe em 2009, com os Faith No More. Agora Patton anda armado em tenor italiano e, neste concerto, faz-se acompanhar de 12 membros da Orquestra do Algarve - vai-se lá perceber porquê. Para o fim os Friendly Fires e o interessante homónimo álbum de estreia - disco pop, com alguma electrónica que ao vivo é coisa para resultar - pena ser, a par de The Very Best, Beirut e Lykke Li, a única boa nova deste cartaz. Um cartaz que conta, isso sim, com óptimas boas novas nacionais - peixe:avião, Orelha Negra, Diabo na Cruz -, algumas dúvidas - João Só e os Abandonados, Expensive Soul, Tiago Bettencourt e Carminho - e infelizes certezas - Anaquim e NuSoulFamily. É o melhor cartaz desde 2005 - e superior ao Paredes de Coura 2010 e ao Marés Vivas 2010. É o melhor cartaz de 2010, no que a festivais tradicionais diz respeito - e isso, com tanta coisa chata, é preocupante.

0 comentários: