domingo, 4 de abril de 2010

[Crítica] Gorillaz - Plastic Beach


A pop está cheia de boas ideias. Nem todas resultam. O maior elogio que se pode fazer aos Gorillaz é que não são apenas mais uma boa ideia. São a grande ideia de Damon Albarn e Jamie Hewlett.

Em 2005, na sequência da edição de Demon Days, o aclamado segundo álbum da banda virtual, Albarn anunciou o fim do projecto. Entretanto juntou-se a um ex-Verve, um ex-Clash e um ex-Fela Kuti (se é que lhe assim podemos chamar). Juntos gravaram um disco sob a denominação The Good, The Bad & Queen. No Verão passado reuniu os Blur e fez alguns festivais com os antigos companheiros. Regressa agora, em 2010, quase uma década depois da estreia, com o terceiro disco dos Gorillaz, um sólido Plastic Beach.

Plastic Beach parte de um conjunto de premissas: Murdoc, o autoproclamado líder da banda, leva consigo o resto do grupo para Plastic Beach, um lugar que é uma lixeira, um local construído com o lixo que até lá foi parar. E é a partir destas premissas que se constrói grande parte das letras do álbum.

É também um trabalho influenciado por um Albarn que conhece e faz questão de mostrar que conhece – há , por exemplo, percussões e sopros orientais ou não estivesse lá uma colaboração da Lebanese National Orchestra For Oriental Arabic Music. Estilisticamente há espaço para grime, hip hop, soul, funk, no fundo e em três letras: pop. Tudo isto conduzido pela produção do próprio Damon Albarn e pelas (muitas) colaborações – Snoop Dogg, Mos Def, De La Soul, Lou Reed e Mark E. Smith são apenas as mais sonantes.

No rescaldo final temos dois momentos de excepção: "Stylo", o single, e "Empire Ants", vários grandes momentos e um pecado que é a duração do álbum. Bem bom.

7/10



1 comentários:

Alexandre Pereira disse...

É pior que Demon Days - que é de facto um disco para mais tarde relembrar - mas é um disco e pêras. Às primeiras aduições não me coube as medidas mas passado algum tempo vemos que é um álbum muito muito sólido.

Muito boa análise! ;)

Abraço