À primeira vista, o nome deste projecto não ficaria mal como título de um álbum dos Hipnótica. Como surge o nome para este projecto, O Maquinista?
Não ficaria mal não. Mas este projecto surgiu de forma mais solitária tendo os textos como núcleo, ao contrário do método de composição dos Hipnótica, em que as letras surgem para ilustrar uma música, um ambiente composto colectivamente. O nome foi escolhido de uma lista de opções e acabou por ficar porque nos transporta para várias interpretações, de maquinaria, de passado, de futuro, de percurso, de operador de máquinas, de condutor…É um nome muito ligado ao que exprimo nos textos, entre ficção e realidade.
Porquê a necessidade de enveredar por um projecto a solo?
Não foi propriamente uma necessidade, foi mais uma conjugação de factores, passei por um período bastante produtivo em termos de escrita, depois comecei a fazer experiências com a voz gravada. Acrescentei ambientes musicais como banda sonora e quando tive consciência deste processo, que foi bastante vertiginoso, tinha um álbum nas mãos. Acabei por "expelir" um lado meu que normalmente se extingue na escrita e quase sempre tem como destino a gaveta.
No Myspace aponta referências que vão de Tom Waits a David Lynch passando por locais como o Rio de Janeiro e Lisboa. Como é que tudo isto influencia o disco?
São influências que me ajudaram a tornar no que sou como pessoa, algumas mais directamente outras mais do ponto de vista de influência artística. Lisboa e Rio de Janeiro são duas cidades muito distintas e com as quais tenho uma relação muito forte. Foram as cidades onde vivi e onde tive experiências inesquecíveis, principalmente o Rio de Janeiro onde passei toda a minha adolescência. Depois surgem nomes da literatura, do cinema e da música que são os meus pilares e a partir dos quais tudo de desenvolve. O Maquinista move-se em territórios onde a realidade e a ficção perdem o seu sentido e fundem-se como numa jornada por uma montanha russa de acontecimentos.
Até que ponto este registo se distancia do trabalho dos Hipnótica?
Primordialmente porque é um trabalho criativo solitário e que parte das palavras, e tudo o resto, a musica, as fotografias, as ilustrações e o vídeo foram criados para servir às palavras. Acaba por ter alguns pontos de ligação, pois é indissociável o trabalho de quem o cria, mas isso é normal. Acho que é um projecto complementar aos Hipnótica e que tem espaço para um convívio paralelo ao trabalho da banda.
Acredita que a Internet será a salvação das bandas do século XXI?
A Internet é a salvação das bandas do século XXI, a Internet é a perdição das bandas do século XXI, salve a Internet!
1 comentários:
Só ouvi uma ou duas do "Maquinista", mas do que ouvi é muito bom mesmo. Há cada som ambiental que hipnotiza.
Assim que arranjar uns minutos tenho de voltar a ouvir. :)
Boa entrevista, já agora.
Cumps
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